A integração entre Governo, universidades e empresas, formando uma tríplice hélice de desenvolvimento, é um dos destaques do plano de retomada econômica que está sendo desenvolvido no Paraná. A informação foi dada pelo secretário de Planejamento e Projetos Estruturantes, Valdemar Bernardo Jorge, durante entrevista nesta quarta-feira (08) no programa Em Pauta, da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp), retransmitida para rádios de todo o Estado.
“Tenho dito que o Paraná é o que é por força das cooperativas e das universidades, e elas terão papel importantíssimo no que estamos planejando”, afirmou o secretário. Ele contou que tem feito reuniões com o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, para buscar meios de destravar o que impede a aproximação do setor produtivo acadêmico com o setor produtivo industrial.
“Vamos estimular a realização de pesquisas aplicadas e algumas poderão contar com o financiamento da Fundação Araucária”, comentou, acrescentando que também está sendo reformulada a Lei de Inovação do Estado.
Outra proposta em estudo, segundo o secretário, é a transformação da Agência do Trabalhador em Agência do Trabalho e Empreendedorismo. A intenção é identificar as aptidões das pessoas que estão sem emprego e fazer parcerias com instituições do Sistema S, como Senai, Senac, Sebrae, Senar, em todo o Estado. “Problemas difíceis não têm solução fácil e temos buscado soluções conjuntas”, disse Valdemar.
Ele explicou que houve necessidade de construir um novo plano porque, com o coronavírus, a arrecadação diminuiu, o desemprego aumentou e o Estado precisa se reorganizar porque haverá queda no PIB (Produto Interno Bruto). Num primeiro momento, foi investido mais na área de saúde e na distribuição de alimentos para a população carente, mas ao mesmo tempo outra equipe desenvolve ações para o que vem depois. O trabalho foi dividido em três frentes: econômica, social e de gestão.
Na área de gestão, o secretário disse que haverá economia com a devolução de veículos e com a adoção do teletrabalho, por exemplo. “O que se pergunta é que tamanho o Estado deve ter para continuar prestando serviços com qualidade à população”, destacou.
Valdemar afirmou que há a intenção de continuar investindo em infraestrutura, porque há financiamentos voltados exclusivamente para obras, e que também será necessário agregar valor à produção, industrializar mais, exportar mais, atrair empresas para o Estado e ampliar a concessão de crédito.
Outros assuntos abordados na entrevista foram a queda de arrecadação dos municípios e a geração de emprego para jovens. Ele comentou que é o momento de a União ajudar o Estado e o Estado ajudar os municípios. E também de as pessoas ajudarem as micro e pequenas empresas. “Compre do pequeno, antecipe alguma compra”, recomendou aos que têm condições econômicas no momento.
Sobre a inserção de jovens no mercado de trabalho, ele adiantou que está em estudo um projeto no qual o Governo poderá estimular a contratação de aprendizes por pequenas empresas. O secretário acrescentou que foi iniciada uma conversa com a Secretaria da Educação para selecionar os melhores alunos de escolas públicas, para estimular também a dedicação aos estudos.