Região Centro-Sul discute boas práticas e expansão da fruticultura no Paraná

Com palestras, mesa-redonda e visitas técnicas, o evento busca difundir informações e promover soluções para o desenvolvimento da cultura. No Paraná, a fruticultura ocupa 54 mil hectares e tem uma produção de aproximadamente 1,3 milhão de toneladas.
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01/12/2023 - 18:00

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Políticas públicas, informação qualificada e boas práticas no campo podem colaborar para a valorização da produção de frutas no Paraná. O assunto pauta o Encontro Estadual de Fruticultura, que acontece na Faculdade São Vicente, em Irati, no Centro-Sul, nesta sexta-feira (01) e sábado (02). Com palestras, mesa-redonda e visitas técnicas, o evento busca difundir informações e promover soluções para o desenvolvimento da cultura.

Segundo a chefe do núcleo regional em Irati, Adriana Baumel, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) é uma grande apoiadora da fruticultura, com iniciativas como o Revitis (Programa de Revitalização da Viticultura Paranaense) e o Compra Direta Paraná, que adquire alimentos da agricultura familiar e destina à rede socioassistencial. “A fruticultura na região é caracterizada por pequenas propriedades, agricultores familiares, que com esses programas conseguem diversificar sua renda”, disse. 

O gerente regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) em Irati, Bruno Krevoruczka, destacou o apoio que o evento dá para o aperfeiçoamento profissional e valorização do setor. “A grande função do Instituto é difundir conhecimento técnico de qualidade. Nossa estrutura está disponível para os produtores. Para além das palestras, essa é uma oportunidade de fazer conexões. Vamos aprofundar essa parceria com prefeituras e entidades que é tão valiosa para o Estado”, afirmou.

No Paraná, de acordo com o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Paulo Andrade, a fruticultura ocupa 54 mil hectares e tem uma produção de aproximadamente 1,3 milhão de toneladas. Em 2022, essa atividade rendeu R$ 2,47 bilhões para o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do estado, segundo. 

Em sua palestra, ele destacou a necessidade do cuidado com o solo, com a sustentabilidade e a segurança alimentar. Ainda que a área da fruticultura tenha reduzido nos últimos anos, a produção representa a diversidade e qualidade da agricultura paranaense. “O Estado tem qualidade em clima, competência e solos diferenciados. Temos condições de produzir de quase tudo”, disse.

REVITIS – Os resultados do Programa de Revitalização da Viticultura Paranaense (Revitis) foram apresentados pelo engenheiro agrônomo do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável (Deagro) da Seab, Ronei Andretta, coordenador da iniciativa; e pelo extensionista Rogério da Silva Almeida, do IDR-Paraná. Investimento em pomares, capacitação de técnicos e produtores, apoio a eventos, feiras, turismo rural e fomento de estratégias de comercialização da uva estão entre as ações.

Segundo Andretta, três municípios da região de Irati já têm projetos associados ao Revitis. Em todo o Estado, o Programa já destinou R$ 7,23 milhões a 382 produtores de uva de 28 municípios. “Nós temos aproximadamente 2 mil produtores de uva no Paraná. Então nós já chegamos a mais de 15% do total que tiveram apoio direto do Estado para ter renovação ou implantação de novos pomares. Fora os produtores que participaram de capacitação e eventos. Isso já é um bom ganho e temos alcançado os objetivos”, disse.

Ele também mencionou os trabalhos realizados na área da defesa agropecuária. Em novembro, uma reunião com mais de 200 produtores rurais e técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) discutiu estratégias para o combate à deriva de agrotóxicos em Marialva. Segundo ele, no início do próximo ano deve acontecer uma reunião da Câmara Técnica da Uva para dar continuidade ao tema.

“O grande ganho do Revitis foi promover essa rede entre pesquisa, produtores, extensão, defesa. E o estado tem se modernizado nisso, investindo em agilidade e comunicação para garantir qualidade e renda”, afirmou.

AGENDA – A programação contou ainda com palestra do engenheiro agrônomo do IDR-Paraná, Juliano de Lima Souza, sobre a cultura do kiwi; e do engenheiro agrônomo do IDR-Paraná Lari Maroli, sobre a cultura da uva; além de profissionais do Senar e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

EVENTO – O encontro foi promovido pela Associação dos Engenheiros Agrônomos da Região de Irati (AEARI), IDR-Paraná e Seab, com apoio da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAPR), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) e da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea-PR (Mutua-PR). O evento continua neste sábado (02), sobre a cultura da macieira, com palestra do engenheiro agrônomo do IDR-Paraná Clândio Medeiros da Silva, que também é coordenador estadual de pesquisa em Fruticultura, e com uma visita à 43ª Festa do Pêssego, que termina no domingo (03).

PRESENÇAS – Também participaram o presidente da AEARI, Reinaldo Tadeu de Oliveira Rocha; o secretário de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar de Irati, Raimundo Gnatkowski; o coordenador estadual de Fruticultura do IDR-Paraná, Eduardo dos Santos, além de servidores do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), secretários de agricultura, técnicos e lideranças da região.

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