Na manhã desta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a agente fazendária Célia Girardi foi homenageada pelos colegas da Secretaria Estadual de Fazenda com a Medalha do Mérito Fazendário. A honraria, entregue pelo secretário Renê Garcia, é um reconhecimento aos 41 anos de contribuição profissional ao desenvolvimento econômico e social, além da garantia do equilíbrio das finanças públicas em âmbito estadual.
A Medalha do Mérito Fazendário foi criada para prestigiar servidores, profissionais e acadêmicos no âmbito fazendário. Além da medalha, a servidora recebeu uma placa do Sindicato dos Fazendários do Paraná (Sindifazcre-PR) e uma homenagem da Casa Militar.
Ela é um símbolo da profissão. A servidora ainda era muito nova quando deixou sua família em Clevelândia, no Sudoeste do Paraná, para estudar e trabalhar na Capital. Tudo aconteceu depois de um longo bate-papo sobre o trabalho que desenvolvia nas finanças da prefeitura do município com o então governador José Richa, que fez o convite para a transferência.
“Ele foi a Clevelândia para uma feira e começamos a tomar um chimarrão juntos e a conversar. Eu contei como era feito o trabalho de arrecadação do ICMS no município. Foi aí que ele disse que eu era muito jovem, precisava estudar mais sobre o setor e me convidou para vir pra Curitiba. Para mim foi um desafio. Era muito jovem, e vir para Capital era algo muito novo”, relembra.
Dividindo um quarto com outras duas estudantes em um pensionato para mulheres, ela mergulhou no curso de Ciências Contábeis e prestou concurso público. Foi assim que a jovem iniciou sua carreira no governo estadual, na área financeira da Secretaria Estadual da Saúde.
Na gestão do ex-governador Jaime Lerner, Célia foi nomeada diretora administrativa financeira e seguiu sua carreira na Sesa, por 16 anos. Foi lá, inclusive, que sua amizade estreita com a ex-secretária municipal de Saúde de Curitiba e hoje deputada, Márcia Huçulak, nasceu. A paixão pelo trabalho na saúde foi tão grande que a servidora até pensou na possibilidade de cursar Medicina, mas quis o destino que ela seguisse a carreira com os números.
De 2000 a 2003, Célia se especializou dentro da Secretaria Estadual de Fazenda. Em 2003, veio um novo convite e Célia foi indicada para o Grupo Financeiro Setorial da Casa Civil. Ela conta que foi um susto e que teve receio, na época. “Eu me assustei quando veio o convite, falavam que ninguém parava lá por mais de dois anos, que ia ficar de pinga-pinga em secretarias. Eu gosto de chegar no lugar e ficar, fazer meu trabalho bem-feito, mostrar minha honestidade, minha lealdade”, conta.
O que a servidora ainda não sabia era que esse temido tempo curto na pasta se transformaria em longo, e que pela Casa Civil se aposentaria depois de 21 anos de trabalho, no topo da carreira como agente fazendária. “Depois de tantos anos, eu não me sinto desligada. Continuo atendendo o telefone, revendo os amigos, dando uma consultoria ou outra porque, mesmo fora, eu me sinto em casa. O governador Ratinho Junior é um exemplo de liderança e eu me orgulho de ter feito parte desse time”, afirma.
Ao todo, foram cinco governadores, centenas de colegas e milhares de desafios. A servidora afirma que o fato de ser técnica e experiente foi garantindo a sua passagem de administração em administração, e que ser mulher nunca foi um empecilho para alcançar o topo da carreira.
“Nunca senti nenhum tipo de preconceito ou exclusão por ser mulher. Sou correta e fiel aos números. Cuidar disso na administração pública é muito desafiador. Tive apoio de todas as minhas chefias e colegas, homens e mulheres. Como mãe eu tenho esse jeito também de agregar pessoas e mesmo com muitos desafios sempre tive apoio da família, dos amigos e dos colegas de trabalho”, afirma.
Ela se emocionou com a homenagem. “Foi muito gratificante. Como mulher me sinto honrada por todo esse tempo de trabalho e dedicação ao Governo do Estado do Paraná. Hoje, no Dia da Mulher, posso dizer que foi um desafio viver tantos anos em um cargo onde se diz muitos ´nãos´, mas no qual também fui muito respeitada e reconhecida”, arremata.