Rede integrada poderá incentivar bem-estar de animais de fazenda

Assunto foi discutido em painel de palestras realizado pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Truismo, em parceria com a Adapar.
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25/10/2019 - 12:20

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Criar uma rede integrada para incentivar boas práticas em bem-estar de animais de fazenda é uma ação que está sendo pensada pelo Governo do Paraná, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. O assunto foi um dos principais temas de um painel de palestras realizado nesta semana pela Secretaria em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), no Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba.

Mais de 150 pessoas de 42 instituições participaram do evento, denominado Horizonte Paranaense em Bem-Estar Animal. O objetivo foi conhecer os desafios e oportunidades para o bem-estar de animais de produção no Paraná.

A Rebea é uma proposta da Diretoria de Políticas Ambientais da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. A bióloga Fernanda Góss Braga explica que considera-se bem-estar a maneira como um animal está lidando com as condições em que vive, de forma a estar saudável, confortável, bem nutrido e seguro.

Além disso, ser capaz de expressar seu comportamento inato, livre de estados desagradáveis, tais como dor, medo e angústia, podendo esses aspectos serem evidenciados cientificamente.

A bióloga ressalta que o Paraná se destaca como o maior produtor de carnes do Brasil, somadas as três principais proteínas de origem animal. É também o maior exportador de carne de aves e possui segunda maior produção nacional de lã de ovinos, leite e ovos de galinha.

“Olhar para as diferentes cadeias produtivas e considerar a adoção de boas práticas como um diferencial de mercado mostra o pioneirismo do Paraná, destacando mais uma vez o potencial de inovação do nosso Estado”, salientou Fernanda.

Para que a Rebea seja uma ferramenta efetiva de avanços, diz ela, precisa ser composta por integrantes dos mais diversos setores ligados à temática. As instituições interessadas em compor a Rebea (públicas ou privadas, de produção, pesquisa ou extensão, órgãos governamentais bem como organizações da sociedade civil), devem encaminhar um ofício manifestando o interesse em compor a Rede para bemestaranimal@sema.pr.gov.br.

ABORDAGENS – A diretora de Políticas Ambientais da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Fabiana Campos, falou sobre o papel da pasta no bem-estar animal, contextualizado com as Políticas Ambientais para animais, o Desenvolvimento Sustentável e a Saúde Única.

O gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, apresentou o papel desta agência na questão do bem-estar. Compete ao órgão propor, planejar, coordenar, supervisionar, promover e fiscalizar políticas, programas, ações e procedimentos de defesa agropecuária que importem ao bem-estar animal.

Já Rafael Stédile apresentou o papel do Conselho Regional de Medicina Veterinária no bem-estar animal, sendo este indiretamente estabelecido pela fiscalização da atuação profissional de médicos veterinários e zootecnistas. Clive Phillips, da Universidade de Queensland, da Austrália, apresentou o tema Política para a Melhoria de Bem-Estar de Animais de Produção na Austrália e no mundo. Ele afirmou que existem numerosos métodos complementares para melhorar o bem-estar dos animais, e que um governo forte pode utilizar e incentivar boas práticas, de acordo com a demanda da sociedade.

INICIATIVAS – Segundo José Rodolfo Panim Ciocca, da World Animal Protection Brasil, novas iniciativas vêm surgindo por parte de produtores e empresas, que deixam de ver o bem-estar animal como ameaça e percebem ser uma oportunidade de negócio. Isso se refere não só no que tange puramente ao bem-estar animal, mas também por ser uma demanda crescente de um novo perfil de consumidor, cada dia mais exigente em relação a origem dos alimentos que consomem.

Para o zootecnista Murilo Henrique Quintiliano, da FAi Farms/Brasil, os benefícios a longo prazo de um melhor bem-estar nos sistemas de produção animal dependem de um conhecimento profundo da economia, ambiente e ética envolvidos nos processos. “Com abordagens e metodologias corretas, é possível enfrentar adversidades, principalmente nos estágios iniciais de implantação de novas técnicas e conhecimentos, garantindo negócios a longo prazo e qualidade de vida para pessoas e animais, além de um ambiente mais seguro para toda a comunidade”, afirmou ele.

PARTICIPANTES – Participaram do painel os presidentes da Adapar, Otamir Martins, e do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná, Cezar Pasqualin; o vice-diretor do Setor de Ciências Agrárias da UFPR, Nivaldo Eduardo Rizzi; Alexandre Blanco, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep); Wilson Thiesen, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

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