Quebra da safra afeta o PIB do Paraná no primeiro trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,61%. Entre os três grandes setores que compõem a economia regional, a agropecuária apresentou o pior resultado (-7,26%), provocado pela redução de 15,8% na colheita da soja. Governo adota medidas para aquecer a economia.
Publicação
24/06/2019 - 15:40

Confira o áudio desta notícia

O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná caiu 1,61% no 1º trimestre de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018. Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), entre os três grandes setores que compõem a economia regional, a agropecuária apresentou o pior resultado (-7,26%), provocado pela redução de 15,8% na safra de verão da soja, mas houve queda em todos os índices. No comparativo com o último trimestre de 2018, a diminuição foi de 1,2%.

O pesquisador Julio Suzuki Júnior, diretor do Centro de Pesquisa do Ipardes, explica que o resultado leva em conta fatores que escapam do controle dos agentes públicos locais, como problemas climáticos e retomada lenta dos investimentos em nível federal. “A estiagem deste ano levou a dois fatores preponderantes para este resultado: queda na produção agrícola da soja, principal item do PIB agropecuário, e baixa produção de energia, com níveis fracos nos reservatórios”, afirmou.

O setor industrial, que engloba os segmentos de transformação, construção civil e serviços industriais de utilidade pública (energia elétrica, água, esgoto e gás), registrou queda de -0,26%. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), os geradores de energia do Paraná produziram, no primeiro trimestre, 22,7% menos do que no mesmo intervalo do ano passado. Especificamente em relação a Itaipu, houve decréscimo de 26,7% na produção, como resultado dos baixos níveis do reservatório da usina no período.

Também houve retração no setor de serviços, de -0,56%. Esse resultado levou em conta baixas nas atividades de informação, comunicação e no segmento financeiro.

POSITIVO - Apesar das quedas, o economista do Ipardes indica que há tendências positivas para os próximos meses em função da retomada do emprego no Paraná e do dinamismo da indústria de transformação.

"O setor de serviços será beneficiado em breve pela recuperação do emprego e renda da população. A retomada do mercado de trabalho do Estado ainda não se traduziu em aumento do consumo porque os efeitos não são imediatos, mas a tendência é positiva para os próximos meses“, pontuou.

Suzuki destacou ainda que a indústria segue demonstrando capacidade de investimento e que houve recuperação nos reservatórios de Itaipu e do Sistema Copel com reservas para o inverno, o que deve elevar os resultados do setor industrial no próximo ciclo.

FUTURO - Apesar da crise econômica nacional e das perdas na safra de soja, o Estado conseguiu atrair até maio R$ 12,5 bilhões em investimentos privados e abriu 105.130 empresas, com saldo positivo de 8,4 mil novos negócios em relação ao mesmo período de 2018. Com o programa de incentivos do Estado, o governador Carlos Massa Ratinho Junior projeta a atração de R$ 20 bilhões em empreendimentos até o final deste ano.

Os R$ 12,5 bilhões prospectados pelo Estado significam crescimento de mais de 500% em relação a tudo que entrou via Agência Paraná Desenvolvimento (APD) em 2018, em torno de R$ 1,99 bilhão. Esse valor foi puxado pelo investimento anunciado pela Klabin em Ortigueira, na casa de R$ 9,1 bilhões, maior anúncio de expansão da América Latina neste ano, e do Grupo Madero, em torno de R$ 600 milhões.

Em relação a abertura de negócios, são 105.130 novas empresas registradas entre janeiro e maio, contra 96.665 do mesmo período do ano passado, aumento de quase 10%. Os números englobam os pedidos da Junta Comercial do Paraná e aqueles registrados diretamente em cartório. Maio, inclusive, foi o melhor mês do ano, com 23.919 novos negócios. Nos cinco primeiros meses, apenas em abril de 2019 o número foi inferior ao ano passado, e por uma diferença de 136 empresas.

O Paraná também fechou os 120 primeiros dias do ano como o quarto Estado que mais contratou, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Com 8.464 novos empregos, o Paraná também foi o terceiro estado do País que mais gerou vagas nos pequenos negócios no mês de abril, segundo levantamento do Sebrae, baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

Além disso o Estado também reorganizou a máquina pública com a reforma administrativa, que enxugou o número de secretarias e cargos, e revisão e renegociação de contratos, com economia anual estimada de pelo menos R$ 85 milhões.

Box 1
Governo adota novas iniciativas para gerar de empregos e estimular a economia

O Governo do Estado desenvolve três novos programas para seguir na escalada da abertura de postos de trabalho. O Paraná mais Empregos quer levar oportunidades para as 50 cidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Nesses municípios haverá subsídio de energia e juros com taxas mais baixas, via Fomento Paraná ou Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), para investimento, criando bolsões de emprego.

Outro ponto mira o apoio ao empreendedorismo feminino, com linhas de crédito facilitadas por meio da Paraná Fomento para mulheres que querem iniciar ou ampliar atividades e negócios. A terceira iniciativa, o Banco do Agricultor Paranaense, consiste em uma linha de financiamento, também com recursos do BRDE e da Fomento Paraná, que apoie a inovação e sustentabilidade na agricultura e o desenvolvimento tecnológico em micro, pequenas e médias empresas inovadoras.

GALERIA DE IMAGENS