Projeto premiado de reintrodução de abelhas na natureza, Poliniza Paraná completa um ano

O primeiro local que recebeu as colmeias foi o Chapéu do Pensador, em Curitiba, por meio de um termo de cooperação com o executivo municipal. Ele também já chegou em Brasilândia do Sul, Campo Mourão, Kaloré, Maringá, Marumbi, São João e Sapopema.
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20/01/2023 - 14:10

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O Poliniza Paraná completa um ano como uma importante ferramenta da gestão estadual para conservação ambiental, educação e desenvolvimento sustentável. No dia 20 de janeiro de 2022, a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), em parceria com o Instituto Água e Terra, lançou o projeto e iniciou o processo de instalação das colmeias de abelhas nativas sem ferrão em cidades paranaenses.

O projeto compõe o Paraná Mais Verde e é similar ao “Jardins de Mel”, existente na Capital do Estado. O primeiro local que recebeu as colmeias foi o Chapéu do Pensador, em Curitiba, por meio de um termo de cooperação com o executivo municipal. Ele também já chegou em Brasilândia do Sul, Campo Mourão, Kaloré, Maringá, Marumbi, São João e Sapopema.

O objetivo do projeto é reintroduzir abelhas (algumas espécies estão em processo de extinção) em unidades de conservação, parques urbanos, praças e jardins, contribuindo para a conservação das espécies nativas do Paraná.

Elas são responsáveis por aproximadamente 90% da polinização das espécies nativas do bioma da Mata Atlântica e 70% do total das plantas cultivadas e utilizadas na alimentação humana. Atraídas pelo cheiro e pelas cores, as abelhas voam de flor em flor, colhem o pólen e promovem a reprodução cruzada dessas plantas. Além disso, garantem produção de frutos de melhor qualidade e com maior número de sementes.

No ano passado, o sucesso do projeto garantiu o 2º lugar no 9º Prêmio A3P, na categoria "Destaque da Rede A3P" (Programa Agenda Ambiental na Administração Pública, do Ministério do Meio Ambiente). A iniciativa também contribui para o alcance das metas estabelecidas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Fome Zero/Agricultura Sustentável e Vida Terrestre), apontados na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

O secretário do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge, falou sobre a importância do projeto e as expectativas para 2023. “O cuidado das abelhas nativas é fundamental para preservação da nossa biodiversidade. No primeiro ano, o Poliniza Paraná recebeu um prêmio do Ministério do Meio Ambiente, reconhecendo seu sucesso. É um projeto que chama a atenção da população para o cuidado com o meio ambiente, e queremos expandi-lo ainda mais”, afirmou.

A previsão é que novas colmeias sejam instaladas em dez Unidades de Conservação Estadual ainda neste semestre. O objetivo é levar o projeto para todo o Paraná e, com a expansão, fortalecer ainda mais a educação ambiental voltada às abelhas nativas, gerando um novo atrativo para o turismo em parques e unidades de conservação.

“É uma ferramenta para processos educativos sobre os serviços ecossistêmicos e o papel das abelhas nativas no equilíbrio e qualidade ambiental do planeta”, complementou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.

Ele acrescentou que o governo estadual estabeleceu alguns critérios que favorecem o projeto, tanto no aspecto ambiental quanto para projeções futuras. “No Paraná, a prefeitura que possui convênio ou intenção de criar um parque urbano em seu município tem o Poliniza Paraná como uma obrigatoriedade”, afirmou Souza.

Em outro aspecto, além de fortalecer o setor turístico, os idealizadores acreditam que o projeto pode incentivar o surgimento de novos meliponários na iniciativa privada. A melipolicultura vem ganhando mercado devido às propriedades medicinais do mel produzido pelas abelhas sem ferrão e a introdução do produto na culinária gourmet. Porém, a maioria dos produtores ainda trabalha na informalidade.

“A base é a educação. Com ela vem a conscientização e, assim, as boas iniciativas, a conservação, a melhoria no setor de turismo, a geração de renda e tantos outros aspectos possíveis a partir da consciência coletiva”, disse Fernanda Góss Braga, bióloga da Sedest. “E o Poliniza Paraná tem essa pegada. Repovoar esses espaços com as abelhas sem ferrão, importantes para a manutenção das nossas florestas, e educar para despertar a consciência ambiental”.

Para os interessados em conhecer o Poliniza Paraná, foram criadas artes visuais e informativas, entre elas, uma cartilha para o público infantil. Outro material rico em informação é um e-book técnico informativo para os gestores responsáveis pela manutenção dos jardins de mel. O conteúdo tem uma linguagem de fácil compreensão, além de ser farto em ilustrações.

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