Cumprindo diretrizes da Secretaria de Estado da Segurança Pública, o Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), por meio da Coordenação Regional de Ponta Grossa, está desenvolvendo programas e eventos direcionados à mulher privada de liberdade. Além de dar atenção a este público, um dos principais objetivos é promover o resgaste afetivo com seus familiares.
A Defensoria Pública do Estado, em parceria com o Conselho da Comunidade de Ponta Grossa, viabilizou junto à Cadeia Pública Hildebrando de Souza, em cooperação com o Deppen, o projeto “Mulheres, o cárcere e a saudade”, que atualmente atende cerca de 15 presas da unidade.
De acordo com o coordenador da regional de Ponta Grossa do Deppen, Maurício Ferracini, o projeto foi bem construído pela Defensoria Pública e tem o intuito de beneficiar a mulher encarcerada que teve seus vínculos sociais e afetivos fragilizados, visando a aproximação com sua família.
“O projeto tem três etapas muito bem definidas. A primeira é a do trabalho de escuta ativa, que visa entender o contexto de violência em que a mulher está inserida. No segundo, os profissionais vão até a família, e a conclusão é onde se estabelece este vínculo entre os atores envolvidos”, explica.
As mulheres beneficiadas com o programa de atendimento técnico passaram por estudo de caso, escuta ativa, produção de vídeos, palestras de orientação, com temas como violência contra a mulher e Lei Maria da Penha.
Estão inseridas no projeto mulheres que têm os vínculos fragilizados no cárcere, ou seja, aquelas possuem dificuldades em contatar familiares e as que se afastaram da família, entre outros fatores que refletem na dificuldade de receber uma visita daqueles com que têm laços afetivos.
Os trabalhos iniciaram no mês de março, em virtude do Dia Internacional da Mulher, e seguirão durante todo o ano de 2022, somando as outras ações de destaque na unidade, como o Dia da Beleza da Mulher, Aulas de Defesa Pessoal para Servidoras, Rodas de Conversas e cafés de confraternização na unidade.
O projeto tem a participação de defensores públicos, profissionais da área de assistente social, junto aos seus auxiliares, e da equipe técnica da unidade penal, mostrando a relevância deste e de outros projetos que agregam ao relacionamento humano.
Segundo o coordenador da regional de Ponta Grossa do Deppen, existe a possibilidade do projeto abranger novas unidades da região.
“A nossa ideia é que este projeto estabeleça raízes, demonstre os frutos que é capaz de proporcionar e avance para outras unidades, até pela importância que ele tem e pela equipe profissional que a Defensoria Pública disponibiliza para este trabalho, com o serviço de assistência social, principalmente. Essa ação provoca uma mudança de comportamento e resgata vínculos profundos da pessoa que está cumprindo pena”, esclarece.