Os direitos das mulheres e a política sobre drogas, com foco no enfrentamento às drogas lícitas, ilícitas e o aliciamento pelo tráfico. Essas são as bases do projeto Vida Nova, desenvolvido pela Polícia Penal do Paraná (PPPR), em parceria com o Núcleo Estadual de Políticas Sobre Drogas (NEPSD), ambos ligados à Secretaria da Segurança Pública.
O público-alvo são as mulheres que estão cumprindo pena no Centro de Integração Social (CIS) da PPPR, localizado no Complexo Penitenciário de Piraquara. O CIS é uma unidade de progressão em regime fechado de segurança mínima, voltada à ressocialização de mulheres privadas de liberdade e pautada pelos princípios da Justiça Restaurativa. O CIS tem capacidade para 162 PPLs, sendo que atualmente realiza a custódia de 97 mulheres, em sua maioria entre 20 e 35 anos.
O Vida Nova consiste em ofertar atividades (palestras e rodas de conversa) que promovam a reflexão sobre temas diversos conectados com o problema das drogas, com foco no impacto social. As atividades serão desenvolvidas entre este mês de julho e outubro, com rodas de conversa e formação de grupos de autoajuda e ajuda-mútua. A cada semana será debatido um tema, conduzido por meio do método de 12 passos da Pastoral da Sobriedade.
As exposições de temas pelo palestrante serão precedidas de roda de conversa com as mulheres para solucionar dúvidas e reflexão do tema.
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O diretor-geral da Polícia Penal do Paraná, Osvaldo Messias Machado, afirma que este projeto está consonante com os objetivos do CIS, que é o tratamento das pessoas em situação de privação de liberdade. “É um projeto que vem atender a uma problemática do sistema prisional, que é o uso de drogas lícitas e ilícitas”, diz. “A maior parte das pessoas que privadas de liberdade tem alguma situação referente ao uso ou tráfico de drogas. Nosso objetivo é trabalhar esta questão de forma mais ampla”.
“Os temas abordados fazem parte de estratégias eficazes para promover a conscientização e mudança de comportamento das mulheres em relação ao mundo das drogas”, explica a diretora do CIS, Marilu Katia da Costa. “Através de vivências positivas, o projeto auxilia as participantes no desenvolvimento de habilidades e também na tomada de decisões em relação ao uso de drogas e a tantos outros desafios que possam enfrentar durante sua vida”.
O delegado de Polícia Civil e coordenador do NEPSD, Renato Figueiroa, diz que um dos objetivos é fazer com elas não recaiam no uso. "Trabalhamos para prepará-la para o retorno à sociedade, mostrando que os erros do passado não precisam ser repetidos no futuro", arremata.