Desde o início da pandemia da Covid-19, os estudantes da primeira turma do curso de Nutrição/Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) têm a possibilidade de aprofundar os estudos sobre as formas de entrada do coronavírus no organismo. Por meio do projeto de ensino “Estudo Morfo-fisiológico de tecido epitelial: porta de entrada do novo coronavírus (Sars-CoV-2)”, eles aprofundam o conhecimento sobre as especificidades do epitélio e estudam os mais recentes artigos científicos publicados sobre o tema.
“Epitélio é tudo que reveste”, explica a coordenadora do projeto, Daniele Pinheiro, professora do Departamento de Histologia, do Centro de Ciências Biológicas (CCB). "São consideradas epitélio as partes externas do corpo, como a pele, e as internas, a cavidade do nariz e a camada que protege os órgãos internos. Considerada área básica dos cursos de saúde, o estudo sobre tecido epitelial foi aprofundado no projeto por meio de palestras e análise de artigos".
Segundo a coordenadora do Departamento de Histologia, Eliane Victoriano, os professores do novo curso de graduação da UEL se dividiram e cada um deles trabalhou com determinado epitélio, como os sistemas digestório, urinário e até os olhos. Depois aprofundaram a relação com o Sars-CoV-2.
As professoras lembram que a primeira turma de Nutrição da UEL iniciou os estudos em 2020, no mesmo período da pandemia. Com o projeto, eles puderam ver desde o início do curso o conteúdo científico, além de aprofundar o conhecimento de uma área básica. “Eles tiveram amadurecimento acadêmico e científico. Isso foi marcante”, avalia Daniele Pinheiro.
Neste ano, o projeto passou por uma reestruturação e entrou em nova fase. O conteúdo programático do projeto foi reestruturado e atualizado. Haverá ampliação da abordagem dos conteúdos morfo-fisiológicos, abrangendo o ensino dos principais tecidos e órgãos afetados pela Covid-19, detalhando a importância dos diversos tecidos epiteliais. As atividades seguem em formato remoto, pelo Google Classroom.
Além dos alunos de Nutrição, estudantes do curso de Medicina também atuarão como monitores. Um deles é o aluno Sérgio Domingos, do quinto ano de Medicina, que considera o projeto como potencializador dos conhecimentos básicos trabalhados na formação dos estudantes da área da saúde. “É uma oportunidade para trabalhar as habilidades técnicas na construção do raciocínio anatomopatológico”, afirma.