Projeto da UEL leva informações sobre doenças infecciosas a alunos da rede pública

“Adolescer com Saúde – Educação sobre doenças infecciosas”, projeto desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Microbiologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), busca envolver adolescentes em atividades científicas, melhorando o autocuidado com a saúde.
Publicação
29/06/2022 - 17:20
Editoria

Cerca de 200 alunos do Ensino Fundamental de escolas públicas de Londrina iniciaram, em maio passado, as atividades do projeto de extensão “Adolescer com Saúde – Educação sobre doenças infecciosas”, desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Microbiologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e que busca envolver adolescentes em atividades científicas, melhorando o autocuidado com a saúde.

As atividades contam com apoio do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina e acontecem no Laboratório de Microbiologia, no Centro de Ciências Biológicas (CCB), e nas próprias escolas.

O projeto foi contemplado há cerca de dois anos pelo Edital do Programa Universidade Sem Fronteiras (USF), da Superintendência de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia (Seti), que viabilizou bolsas de estudos para a participação de estudantes de graduação das áreas de Enfermagem e de Medicina, além da contratação temporária de uma enfermeira. Com a pandemia, as atividades foram adiadas e tiveram início a partir de 2022. Cronograma atualizado, a expectativa é atender 1,2 mil estudantes da rede pública estadual até março de 2023.

Segundo a professora Lígia Galhardi, do Departamento de Microbiologia e coordenadora do projeto de extensão, a proposta surgiu de uma demanda que ela identificou ao dar a disciplina Práticas Interdisciplinares e Interação Ensino, Serviço e Comunidade para alunos dos cursos de Medicina, Farmácia, Enfermagem e Nutrição. “Por meio dessa disciplina, estudantes conhecem de perto a realidade social em escolas e Unidades Básicas de Saúde (UBS)”, disse.

Na opinião da professora, ao se deparar com a realidade das escolas ela identificou que os estudantes tinham pouca ou quase nenhuma informação sobre as doenças infecciosas. A proposta do projeto é melhorar o nível de informação do adolescente sobre essas doenças. Outro objetivo é que o estudante tenha consciência sobre autocuidado, adotando novos hábitos e, mais ainda, seja um disseminador desse conhecimento.

“Buscamos desmitificar que micro-organismos só causam doença”, disse Lígia. Segundo ela, as escolas participam de dois dias de atividades. No primeiro encontro os estudantes vêm ao Laboratório no CCB e conhecem um pouco sobre micro-organismos e outras células, inclusive observando lâminas em microscópio.

De acordo com a professora, o conteúdo é repassado pelos estudantes bolsistas do projeto por meio de dinâmicas. Integram a equipe os estudantes de medicina Vitor da Silva e Vanessa Buzogany, do 3º ano, e Luana Barros, do 4º, e a estudante do 4º ano de enfermagem Maria Eduarda Cardoso, além da enfermeira Dayane Wolff.

Os adolescentes são convidados a colocarem as digitais em meios de cultivo microbiológico antes e depois da lavagem das mãos. “A observação do crescimento de micro-organismos leva os alunos a entenderem como se dá a proliferação, transmissão e, principalmente, a importância da higiene para prevenção”, afirmou a professora.

O segundo dia de atividade é feito na própria escola, com intervalos de até sete dias. Nessa etapa os bolsistas orientam os alunos sobre o conteúdo dado na visita à UEL. A ideia é que eles possam compreender, concluir sobre os cuidados na transmissão e prevenção de doenças infecciosas.

SEGURANÇA ALIMENTAR – O projeto também prevê a distribuição de lâminas para que os estudantes possam fazer observações nas próprias escolas, além da produção de vídeo-aulas e informativos para serem utilizados em várias redes sociais. Outra atividade incluída é a análise da qualidade da água utilizada nos refeitórios das escolas.

Ainda de acordo com a professora Lígia, uma outra ação do projeto contempla um curso de oito horas com as merendeiras das escolas. “As atividades são dadas na UEL e contemplam temas como Técnicas Básicas de Higiene e Transmissão de Micro-Organismos”, disse.

Essa parte do projeto conta com apoio da professora Renata Kobayashi, também do Departamento de Microbiologia, que coordenou nos últimos dois anos o projeto de extensão “Segurança alimentar: promoção da alimentação saudável na escola”. Pelo projeto, a UEL oferecia cursos de segurança alimentar a merendeiras de escolas de municípios da região de Londrina com conteúdos relacionados ao manuseio de alimentos. Como o projeto foi concluído, a proposta foi buscar atender esse público dentro deste novo programa extensão desenvolvido no Departamento.

GALERIA DE IMAGENS