Projeto da Nova Ferroeste avança e ganha corpo no Oeste paranaense

Região será potencializada com a Nova Ferroeste pela redução dos custos logísticos do escoamento da produção, tornando mais competitivo o setor produtivo e influenciando diretamente a geração de emprego e renda.
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02/05/2021 - 17:10

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O projeto da Nova Ferroeste ganha, a cada dia, novos capítulos que ajudam essa história a avançar. Na última semana, em Toledo, foi realizada uma reunião de trabalho com prefeitos e vereadores da região Oeste, além de lideranças sociais e empresariais. O objetivo destes encontros é apresentar os detalhes do projeto que pretende, além de fazer um corredor ferroviário entre Maracaju (MS) e Paranaguá, transformar o Paraná em um dos principais hubs logísticos ferroviários do País.

A agenda incluiu reunião com diretores da BRF e do Biopark, além de visita às obras do frigorífico da Frimesa. Com este contato constante, o Grupo de Trabalho responsável por conduzir o processo de desestatização da Ferroeste forma uma coalizão de esforços em torno de um dos projetos logísticos mais ousados do Brasil, de acordo com Luiz Henrique Fagundes, coordenador do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário (GT Ferrovias).

“Mais uma semana espetacular de avanços para a Nova Ferroeste, que recebe constantes manifestações de apoio dos diversos setores”, celebrou.

“Toledo pretende participar ativamente do projeto e toma a frente ao estabelecer inciativas de construir um trabalho técnico para estruturar a estratégia de se tornar um polo logístico. A prefeitura vai realizar um estudo de viabilidade técnica para se integrar ao corredor, e isso será incorporado aos nossos estudos e à concessão”, explicou Fagundes.

BIOPARK – Primeiro Parque Tecnológico privado do Brasil para o desenvolvimento científico e tecnológico das biociências no modelo on demand side, desenvolvendo projetos de acordo com a demanda da sociedade, o Biopark também vai ter participação importante no projeto da Nova Ferroeste.

“Estamos avaliando a possibilidade de criar, dentro do Biopark, um hub de inovação para o setor de logística ferroviária com uma visão integrada ao setor produtivo”, explicou Fagundes. Segundo o coordenador, é importante realizar um desenvolvimento sustentável do modal ferroviário. “Com o abandono do Brasil em relação às ferrovias, perdeu-se muito conhecimento técnico específico. O objetivo é modernizar a logística paranaense, e modernizar também o próprio modal ferroviário”, afirmou.

A próxima etapa desta parte do projeto é uma aproximação entre o Biopark e a Fundação Araucária, visando estruturar a modelagem de aplicação deste modelo de hub de inovação e capacitação, e a forma de incluir ele dentro do modelo de concessão.

Beto Lunitti, prefeito de Toledo, ressaltou a importância de integrar o município à Nova Ferroeste. “É uma satisfação ver esse processo se desenvolvendo. Temos uma grande demanda de logística, e faremos nossa parte para colaborar com o avanço da Nova Ferroeste, que dará mais competitividade à nossa produção local promovendo a redução nos custos logísticos”, destacou o prefeito.

CARNES – Com um crescente desenvolvimento no setor frigorífico e com a constante ampliação do alcance de mercado da produção paranaense, o Paraná fortalece cada vez mais a cadeia de frigoríficos. Dados da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) apontam que no Estado existem 215 cooperativas, sendo que 60 são do ramo agropecuário. Ao todo, são 2 milhões de cooperados e o setor gera cerca de 100 mil empregos diretos em todo o Paraná.

A agenda desta semana incluiu uma reunião com diretores da BRF (Sadia) em Toledo, além de uma visita às obras do Frigorífico da Frimesa em Assis Chateaubriand. Luiz Henrique Fagundes destacou que o projeto da Nova Ferroeste vai dar uma vazão mais eficiente ao escoamento dessa produção, potencializando a geração de emprego e renda.

“O setor produtivo está entusiasmado com a Nova Ferroeste, porque ela vai gerar uma redução real de custos e um aumento da competitividade, o que aumenta a rentabilidade e a capacidade de investimentos”, destacou Fagundes. “Isso se reflete também na possibilidade de ter profissionais mais capacitados e melhor remunerados, o que acaba refletindo na economia local, com mais dinheiro circulando, gerando um círculo virtuoso”.

Está prevista para 2023 a inauguração do maior frigorífico de suínos da América Latina em Assis Chateaubriand, na Região Oeste. O complexo, com 147 mil metros quadrados de área construída, terá capacidade para abater 15 mil porcos diariamente, resultado de um investimento de R$ 2,5 bilhões. Serão 5,5 mil empregos diretos, que chegam a 8,5 mil quando contados os indiretos.

Segundo o secretário de Estado da Administração e Previdência, Marcel Micheletto, que acompanhou a visita à unidade da Frimesa, este é um setor muito importante da economia paranaense, que tem muito a ganhar com uma logística de qualidade. “Quando um Estado tem uma infraestrutura de qualidade e um setor produtivo tão ativo e eficiente como tem o Paraná, sem sombra de dúvidas toda a sociedade percebe os avanços. Seja na geração de emprego e renda, seja na atração de novos investimentos ou mesmo na economia local que rodeia esses polos”, destacou o secretário. “Este projeto sem sombra de dúvidas será um exemplo para o País”. 

FERROVIA – O projeto busca implementar o segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, unindo dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro. Apenas a malha paulista teria capacidade maior.

Pelo planejamento, será construída uma estrada de ferro entre Maracaju, maior produtor de grãos do Mato Grosso do Sul, até Cascavel, no Oeste Paranaense. De lá, o trem segue pelo atual traçado da Ferroeste com destino a Guarapuava – os 246 quilômetros de ferrovias atuais serão modernizados –, até se ligar a uma nova ferrovia que vai da região Central do Estado ao Porto de Paranaguá, cortando a Serra do Mar. Há previsão, ainda, de um novo ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu.

A expectativa é que os estudos de viabilidade sejam finalizados em setembro e os estudos de impacto ambiental em novembro. Com isso, a ideia é colocar a ferrovia em leilão na Bolsa de Valores do Brasil (B3), com sede em São Paulo, logo na sequência. O consórcio que vencer a concorrência será também responsável pelas obras. O investimento estimado é de R$ 20 bilhões.

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