O Projeto Rio Vivo da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest) foi retomado no sábado (24), em Guaratuba, com o Festival Sul Brasileiro de Pesca. A iniciativa busca a preservação das bacias hidrográficas do Estado com o repovoamento de espécies de peixes nativos e o estímulo do turismo de atividades aquáticas.
Na abertura do evento foram soltas matrizes de Robalo. “É uma espécie que garante a renda de muitos pescadores na região e contribui para a vida aquática da baía de Guaratuba”, ressalta o superintendente das Bacias Hidrográficas e Pesca da Sedest, Francisco Caetano Martin.
Segundo Martin, o festival é uma oportunidade de mostrar que a pesca esportiva é um ganho para o meio ambiente e para o pescador. “Um peixe vivo pode atrair turistas, e assim movimentar a economia da cidade, além de manter a procriação das espécies”, afirmou.
“Agradecemos o apoio que o Estado tem dado à pesca esportiva. Com isso, conseguimos movimentar a cidade, os hotéis, postos de combustíveis, panificadora, seguindo todos os cuidados”, diz a organizadora do evento, Giselle Furtado.
O Festival Sul Brasileiro de Pesca é o maior evento do gênero da região e foi promovido pela empresa Loba do Mar, em parceria com a Superintendência das Bacias Hidrográficas e Pesca da Sedest. Neste ano, ganhou um formato virtual em prevenção ao coronavírus.
Os 300 competidores inscritos participaram da largada, e a organização e premiação foram apresentadas para o público em live, no canal do YouTube da Loba do Mar, às 20h de sábado. Os competidores não saíram de seus barcos para evitar aglomeração.
MUDAS - Os participantes tiveram seus barcos inspecionados, receberam a régua oficial do evento para medição dos peixes, uma tabela estatística para preencher com os dados da pesca e uma muda de palmito-juçara, com folder instrutivo para o plantio.
A competição aconteceu em 3 modalidades: Caiaque, Isca Artificial e Isca Livre. Nas duas primeiras modalidades o competidor poderia pescar somente Robalo. Na Isca Livre qualquer espécie poderia ser capturada, exceto Espada e Agulha. Cada modalidade teve sua área de pesca delimitada.
A largada ocorreu às 7h e cada competidor teve que apresentar, em vídeo sem corte, a captura, medição e soltura em vida de seus peixes. Os vídeos foram enviados para a organização do evento até às 16h para avaliação. O objetivo era pegar os maiores peixes para uma soma total.
“A soltura imediata gera menos impacto ambiental porque o peixe não é deslocado de seu local de origem”, explica o coordenador da Superintendência de Pesca da Sedest, Roal Andretta.
PREMIAÇÃO – A premiação ocorreu para os 10 primeiros colocados de cada modalidade, que obtiveram a maior soma das medidas dos peixes pescados, além do prêmio para o maior peixe pescado por categoria.
É o caso da única equipe feminina do festival. As três mulheres ganharam o 1º lugar na modalidade Isca Livre e prêmio de maior peixe. “Mais do que vencer é o quanto nos divertimos pescando. "Todos dão a maior força para nós e chama a atenção de sermos a única equipe de mulheres em meio a tantas feras da pescaria", afirma. Ela diz que espera que a vitória incentive mais mulheres a praticarem o esporte.
Os vencedores receberam um troféu. Houve sorteio de viagens à pousadas de pesca pelo Brasil, motor de barco e um barco Mega Bass, tão desejado pelos pescadores. Todos os competidores receberam uma medalha de participação, além de um kit com bebidas, aperitivos e item de pesca.
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Evento inclui plantio de Palmito Juçara
Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e do Instituto Água e Terra (IAT), o Programa Paraná Mais Verde busca a recuperação e ampliação do patrimônio verde do Paraná. Para isso, ações de plantio e distribuição de mudas nativas são realizadas por todo o Estado, com meta de plantar 10 milhões de mudas até o final de 2022.
Nesse sábado (24) foram distribuídas mudas para os 300 participantes do Festival Sul Brasileiro de Pesca, além de plantio de 15 árvores às margens do Rio Descoberto.
“É a nossa contribuição com Guaratuba. Essa conscientização ambiental é importante para garantir o patrimônio da região e das gerações futuras”, disse o diretor-presidente do IAT, Everton Souza, que também plantou sua árvore.
A espécie entregue e plantada foi o palmito-juçara, típica da região e que se encontra em extinção. Trata-se de uma palmeira nativa da Mata Atlântica, com grande potencial paisagístico e para recuperação de mata ciliar. O palmito deve ser cultivado sob meia sombra, em solo fértil, enriquecido de matéria orgânica e irrigado regularmente.