Em 2021, o Governo do Estado implementou dois importantes programas com foco no desenvolvimento socioeconômico, competitividade e na transformação do resultado de pesquisas acadêmicas em produtos com potencial de mercado. Foram eles: o Programa de Estímulo às Ações de Integração Universidade, Empresa, Governo e Sociedade e o Programa de Apoio à Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime).
Segundo o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, o intuito dos programas é contribuir para a prospecção de negócios e desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços inovadores, gerando trabalho, emprego e renda para diferentes regiões.
“O Paraná tem diferentes realidades, e em cada região é preciso fazer uma atuação focada em suas potencialidades. Nosso objetivo é intensificar a pesquisa científica e tecnológica em áreas estratégicas, contribuindo para o desenvolvimento do setor produtivo”, afirmou Bona.
Idealizado pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o programa de Estímulo às Ações de Integração Universidade, Empresa, Governo e Sociedade cria as Agências de Inovação para o Desenvolvimento Regional Sustentável (Ageuni) que serão implementadas pelas sete universidades estaduais do Paraná.
A iniciativa terá o investimento de R$ 10 milhões, provenientes do Fundo Paraná e da Secretaria de Estado da Fazenda. Esse montante será operacionalizado pela Fundação Araucária a partir de três editais de chamamento. A gestão dos recursos será realizada pelas Fundações de Apoio das instituições de ensino superior.
O projeto vai apoiar iniciativas locais e regionais, com foco na realização de projetos de educação e qualificação profissional; ciência, tecnologia e inovação; infraestrutura econômica e urbana; e desenvolvimento social, artístico e cultural, fortalecendo os mecanismos de gestão, infraestrutura e serviços tecnológicos das instituições estaduais de ensino superior.
EIXOS – As atividades da Ageuni contemplam quatro eixos temáticos: parceria entre universidade e empresa; inovação e apoio para microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas (MPEs), cooperativas, associações e empreendimentos solidários; universidade empreendedora; e universidade e desenvolvimento regional sustentável.
“As universidades estaduais nasceram regionalmente para que houvesse ensino, pesquisa e extensão de qualidade nas cidades do Paraná. As agências consolidam aquilo que as universidades vêm fazendo, potencializando a capacidade das instituições de resolver os problemas locais”, destacou a coordenadora de Ensino Superior, Gisele Onuki.
MERCADO – Com foco na transformação do resultado de pesquisas acadêmicas em produtos, o Prime finalizou, em 2021, sua primeira edição. Ao longo do programa, os pesquisadores ligados às Universidade Estaduais submeteram seus projetos e iniciativas a várias rodadas de pitchs, técnica utilizada para apresentação de negócios inovadores. Além disso, receberam mentorias especializadas para estruturar os modelos de negócios e compreender como a comercialização dos respectivos produtos e serviços poderá transformar a realidade dos públicos de interesse.
Ao final da primeira edição foram selecionados cinco finalistas que serão contemplados com um programa de pré-aceleração de startups, ofertado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná (Sebrae/PR). Eles também receberão uma bolsa-auxílio e capacitação avançada em desenvolvimento de negócios.
FINALISTAS – O primeiro lugar foi conquistado pelo professor Carlos Ricardo Maneck Malfatti, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), que desenvolveu uma cerveja artesanal, enriquecida com bioativos para diabéticos, a partir da utilização de alecrim do campo.
Na segunda colocação, o professor Admilton Oliveira Deméter, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), dará continuidade ao desenvolvimento de um agente biológico para o controle de doenças de plantas. Na pesquisa, além da ação fungicida, o bioproduto obteve resultados favoráveis para o crescimento de plantas com mais vigor. Ele poderá ser aplicado, por exemplo, contra o mofo branco e a ferrugem da soja.
Completam o pódio, em terceiro, a professora Mayra Gallo, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), com o Bio-HiJAck, fungicida biológico para combater a ferrugem-asiática, doença da soja; em quarto, o professor Afonso Gonçalves Júnior, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), com um filtro sustentável para descontaminação de águas e solos com base de tabaco; e, em quinto, a estudante de mestrado Camila Rick, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), com Daoxi, dispositivo para o controle automatizado da oxigenoterapia (utilização de oxigénio para tratamentos médicos).