O programa de ressocialização Mãos Amigas, que utiliza a mão de obra de presos para pequenos serviços de manutenção e conservação de prédios escolares, atendeu 90 colégios de oito Núcleos Regionais de Educação no Paraná em 2020. Cerca de 100 presos participaram das ações.
A proposta é ampliar o atendimento para mais duas regionais em 2021: Cascavel e Umuarama. Os trabalhos neste ano começaram nos colégios estaduais de Curitiba e Região Metropolitana. Já foram dez serviços prestados entre pinturas, roçada e reparos.
Atualmente, as escolas estaduais de Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Londrina, Francisco Beltrão, Cruzeiro do Oeste, Cascavel, Maringá e dos municípios da Região Metropolitana são atendidas pelo programa.
Uma dessas intervenções acontece no Colégio Estadual Rocha Pombo, em Araucária. A prefeitura cedeu um espaço para atender uma demanda crescente de novas matrículas, no entanto, eram necessários alguns reparos e pintura. “Os presos são todos tranquilos e realizaram um ótimo trabalho”, comentou o diretor da escola, Thiago Boaventura.
Em regime semiaberto, Thiago Vicente é um dos participantes do programa que deu nova pintura ao Rocha Pombo. Ele reconheceu ter uma nova chance. “Nós passamos por uma capacitação para fazermos o nosso trabalho e temos a oportunidade de aprender. Posso tirar um fruto de tudo isso. Seguir em frente”, disse.
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O programa atende as recomendações sanitárias das autoridades de saúde ao realizar qualquer atividade em uma escola. É obrigatório o uso de máscaras, do álcool em gel e o afastamento social, que garantem a segurança dos envolvidos nos trabalhos.
“O Mão Amigas realiza importantes contribuições para a sociedade paranaense, seja na área da educação, com a agilidade nas ações de reparos e conservação nas escolas, seja na segurança pública, oferecendo a oportunidade de ressocialização”, destacou o diretor-presidente Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), Marcelo Pimentel Bueno.
PROGRAMA – O Mãos Amigas é um programa da Fundepar, em parceria com o Departamento Penitenciário, da Secretaria de Estado da Segurança Pública, e Paranaeducação. O programa atua como um instrumento de ressocialização e reintegração de presos em regime semiaberto (trabalham ou estudam fora, mas dormem na prisão).
O Estado utiliza a mão de obra de presos, o que gera em economia para os cofres públicos. E para o preso cada dia trabalhado reduz o tempo no sistema prisional. Nos últimos três anos, o programa economizou mais de R$ 4,5 milhões.
Desde o início do programa já aconteceram mais de 500 intervenções em prédios escolares e públicos.
CERTIFICADO – O programa recebeu em 2019 o certificado selo de responsabilidade social pelo trabalho prisional. O prêmio é conferido pelo Departamento Penitenciário Nacional, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Mais de 600 detentos já passaram pelo programa e o índice de reincidência é zero.