Orientações sobre como o produtor rural pode ser beneficiado pelo programa RenovaPR, do Governo do Estado, foram apresentadas durante o Primeiro Seminário de Energias Renováveis, realizado nesta quarta-feira (27), em Assis Chateaubriand, no Oeste do Paraná. O encontro, que reuniu cerca de 100 agricultores, técnicos e lideranças rurais, também mostrou detalhes sobre a geração de energia solar no País.
A região Oeste concentra muitas propriedades que integram as cadeias produtivas relacionadas à produção de proteína animal. A suinocultura, avicultura, piscicultura e pecuária leiteira têm alto consumo de energia elétrica. Calcula-se que a demanda do Oeste, na instalação de geração distribuída, representa quase 50% da estadual. O RenovaPR apoia o produtor interessado em explorar energias renováveis na propriedade e o trabalho nesta área é uma bandeira definida pelo Conselho Consultivo Mesorregional do IDR-Paraná no Oeste.
Durante o seminário, os participantes discutiram o cenário e as perspectivas da geração de energia solar, linhas de apoio do governo federal e estadual para investir neste segmento e procedimentos para acesso à rede da Copel em geração distribuída. Além de conversar com especialistas nos temas específicos, os participantes também ouviram o depoimento de produtores que já instalaram sistemas de energias renováveis em suas propriedades. Eles também visitaram a Usina Solar Fotovoltaica Nelson Paludo.
Ivan Decker Raupp, do IDR-Paraná de Toledo, explicou que o evento foi dirigido especialmente aos produtores atualmente incluídos na tarifa rural noturna, que utilizam a energia de maneira intensiva em suas propriedades e cujos custos impactam na rentabilidade dos sistemas produtivos. “Há uma mudança no marco regulatório da geração distribuída, instituído recentemente. Ela traz segurança jurídica para o produtor investir até o fim deste ano em energias renováveis”, observou Raupp.
Ele acrescentou que a lei estabelece a isenção das taxas de transmissão para os produtores que instalarem sistemas de geração distribuída. Raupp destacou que o importante é o produtor aderir aos programas até 6 de janeiro de 2023 para ser isento das taxas de transmissão até 2043.
DIFERENTE – Outro aspecto importante tratado durante o seminário foi como o RenovaPR apoia de maneira diferenciada este ano, em função da crise hídrica, a instalação de sistemas de energias renováveis. Raupp informou que até 31 de dezembro de 2022 há um aporte maior na equalização dos juros, sendo que a partir do ano que vem essa equalização fica limitada a 3%.
“Em 2023 também haverá uma redução do subsídio prestado pela lei, com o fim de isenções. Temos um cenário em que o agricultor precisa se atentar para manter a competitividade e manter sistemas produtivos sustentáveis”, lembrou Raupp.
Segundo o técnico, o agricultor deve se preparar nos próximos dois meses para que, a partir do lançamento do próximo Plano Safra, em julho, possa tomar uma decisão e encaminhar seus projetos para que melhore esse aspecto nas suas propriedades.
PROMOÇÃO – O Primeiro Seminário de Energias Renováveis foi promovido pelo Sistema Federação da Agricultura do Paraná, com apoio dos Sindicatos Rurais e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).