Mais cinco escolas estaduais de Londrina, no Norte do Paraná, foram contempladas pelo programa Escola Segura. Com isso, o município já soma 21 escolas beneficiadas e 40 policiais presentes nas instituições. Desenvolvido pelo Governo do Paraná, o programa prevê a presença de policiais militares da reserva remunerada nas escolas estaduais, em dois turno. Em todo o Estado, até o momento, são 31 escolas contempladas, com a atuação de 60 PMs em Londrina e Foz do Iguaçu. O programa terá lançamento oficial na Região Metropolitana de Curitiba no próximo dia 11 de setembro.
Em Londrina, após a capacitação oferecida em parceria pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte e pelo Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), os Policiais Militares da reserva já iniciaram os trabalhos nos novos colégios. A capacitação prevê palestras e orientações para os policiais e também para os diretores das escolas, sobre as atribuições de cada um no ambiente escolar e a maneira ideal de resolver possíveis conflitos.
No Colégio Polivalente, a adesão ao programa foi um apelo da comunidade, principalmente dos pais de alunos. Eliane Cipriano, mãe de aluno e presidente da Associação de Pais, Mestres e Funcionários, conta que a maior preocupação era a presença de pessoas estranhas no entorno da instituição, o que exigia que alguém sempre acompanhasse o estudante de 13 anos.
Com o apoio de outros pais, Eliane sugeriu que a direção do colégio fizesse a inscrição no Escola Segura. Hoje, com o trabalho já iniciado, ela avalia que a sensação de segurança da comunidade escolar aumentou. “Essa atenção do Governo à segurança escolar é muito importante. Meu filho conta que o ambiente melhorou muito. O resultado na escola foi imediato, hoje fico tranquila em saber que ele está na escola e que tem alguém que está lá para cuidar dos alunos e funcionários. A prevenção é sempre melhor”, avalia.
INTEGRAÇÃO – Localizado no bairro Jardim Santa Rita, o Polivalente atende 1.400 estudantes do Ensino Fundamental, Médio e Técnico e agora conta com dois policiais militares presentes nos três turnos. Segundo o diretor da escola, Antônio de Camargo, a relação entre os policiais, professores e funcionários e estudantes tem sido tranquila e já é possível perceber a melhora no clima escolar.
“Não tem mais gente estranha aqui na porta do colégio e nem nos arredores. O número de reclamações também caiu. É um programa que vem em boa hora. O clima na escola está melhor. A gente vai poder se dedicar aos projetos pedagógicos, ter mais tempo para isso, que é o que realmente importa”, conta.
EXPERIÊNCIA – De segunda a sexta-feira, em horários alternados, o Cabo Agnaldo Monteiro trabalha no Polivalente. Aos 49 anos, a vontade de colocar a farda outra vez falou mais alto para o policial que tem no currículo uma boa experiência com estudantes. É que antes de se aposentar, Agnaldo atuou por quatro anos no Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC) e atendeu chamados em várias escolas de Londrina.
A possibilidade de atuar em um único local e ajudar a comunidade escolar foi fundamental para o PM retomar o ofício que, neste caso em especial, exige uma preparação a mais. “Trabalhamos com todas as faixas etárias, desde o Ensino Fundamental até o Técnico. Eu acredito que tem que gostar, tem que saber lidar com pessoas tão diferentes. Na nossa profissão, a gente aprende a lidar com todo tipo de gente, mas no colégio muda, tem que ter mais tato. Você tem que ter o perfil”, explica o policial.
Ele vê o Escola Segura como um programa atrativo e capaz de estabelecer uma relação harmoniosa entre militares, equipes pedagógicas, alunos e funcionários. “A gente quer resultado. Queremos que, com a nossa presença no colégio, as pessoas se sintam mais seguras para estudar”, conclui.
A decisão de aderir ao programa é da direção de cada escola e da comunidade escolar. Em seguida, a Secretaria da Educação e do Esporte faz a seleção das escolas participantes do projeto-piloto, que está na segunda etapa. Para essa seleção são considerados critérios técnicos como localização, número de estudantes matriculados e a quantidade de turnos. Para atuar no programa Escola Segura, os policiais passam por exames psicológicos, físicos e tem o histórico-social pessoal analisado.