A Secretaria de Estado da Saúde promoveu nesta semana a última etapa da capacitação para aprimorar o tratamento da raiva humana, transmitida por animais. O ciclo de treinamento, chamado Atendimento e Profilaxia Antirrábica Humana, terminou na 5ª Regional de Saúde, em Guarapuava. Antes, passou por todas as 22 regionais e contou com a participação de cerca de 1,6 mil profissionais da Atenção Básica e da Vigilância em Saúde.
O atendimento antirrábico humano é o segundo maior número de notificações no Paraná, ficando atrás apenas da dengue. O treinamento foi elaborado com o objetivo de chamar a atenção dos profissionais para os procedimentos indicados no protocolo de tratamento profilático da raiva humana.
A transmissão da raiva ocorre através da saliva de um mamífero infectado, sobretudo através da mordedura de animais. Ocorrem, em média, 45 mil notificações anuais de atendimento antirrábico. Dessas, 88% acontecem em decorrência de agressões por cães, 7% por gatos, 1% por morcegos e 4% por outros animais, como quati, boi, vaca, cavalo e porco.
Atualmente, o Paraná é considerado área de raiva controlada, conforme definição da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). O último caso de raiva humana autóctone no Paraná – em que a pessoa foi infectada no próprio Estado – foi registrado em 1987, no município de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.
“É importante destacar que qualquer acidente com morcegos ou animais domésticos, como gatos e cachorros, exigem a procura imediata de uma unidade de saúde para avaliação do caso”, explica o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
Os morcegos também estão na área urbana e representam o maior risco para infecção por raiva. “Se uma pessoa encontrar um morcego com hábitos incomuns, voando durante o dia ou caído no chão, a indicação é isolar o local onde o animal foi encontrado ou prendê-lo com um balde”, orienta a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Raiva, Tatiane Brites Dombroski. Segundo ela, não se deve tocar no animal em hipótese alguma. A recomendação é entrar imediatamente com a Secretaria Municipal de Saúde.
A raiva é uma doença grave e pode provocar a morte do paciente. No caso de contato com um animal suspeito, a pessoa deve lavar o local com água e sabão e procurar imediatamente um serviço de saúde.
As formas de profilaxia variam de acordo com a exposição. “Todos os profissionais devem estar atentos ao histórico do paciente, verificando se a pessoa esteve exposta a alguma situação de risco e seguir o protocolo de atendimento antirrábico rigorosamente, avaliando caso a caso”, reforça Tatiane.
Orientações à população:
Evite tocar em qualquer morcego, vivo ou morto.
Os morcegos são animais de hábitos noturnos. Quando encontrados caídos ou voando durante o dia podem estar doentes, com o vírus da raiva.
O contato direto com morcegos por toque, arranhões ou mordidas é grave. Caso isso aconteça, procure a unidade de saúde mais próxima.
Qualquer espécie de morcego pode transmitir o vírus da raiva, não apenas o hematófago.
É importante a vacinação anual de cães e gatos contra raiva, mesmo para animais idosos e que não tenham acesso às ruas.
Para humanos não há indicação de vacinação prévia, com exceção dos profissionais que trabalham na área e com manejo de animais, conforme avaliação baseada no protocolo do Ministério da Saúde.
O que fazer nos casos de agressão por animais mamíferos:
Lave o ferimento imediatamente com água corrente e sabão.
Procure rapidamente uma unidade de saúde.
Faça o tratamento quando for indicado sem faltar às vacinações.
No contato com morcego (lambedura, mordedura ou arranhão), ou no caso de acordar com o animal caído dentro do quarto de dormir, procure o serviço de Saúde para avaliação do caso.