A professora Gabriela Vieira Silva, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), é uma das paranaenses que se destacam na lista das 20 mulheres mais inovadoras do Brasil, na área de agtechs, um modelo de startup com foco em atividades voltadas para o agronegócio. A lista foi divulgada pela revista Forbes, publicação norte-americana de negócios e economia.
Doutora em Agronomia, Gabriela, que figura em oitavo lugar na lista, é responsável pela disciplina “Inovação, Desenvolvimento Tecnológico e Empreendedorismo aplicados à Agricultura”, no curso de mestrado do Programa de Pós-graduação em Agricultura Sustentável, no Campus Luiz Meneghel, no município de Bandeirantes.
A docente também é co-fundadora da Agribela Tecnologias Biológicas, uma empresa incubada na Incubadora Internacional de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Formalizada em 2016, a empresa fornece serviços de monitoramento de lavouras, além de consultoria e treinamentos em manejo biológico nas atividades produtivas do café, da soja e da cana-de-açúcar.
A startup ainda comercializa produtos que auxiliam agricultores no controle de pragas e doenças, a partir do uso de insumos biológicos baseados em ativos vivos encontrados na natureza. Sem riscos à saúde humana, esses insumos biológicos passam por processos industriais para aplicação no campo, assegurando o controle eficiente de infestações nas plantações.
“Os investimentos no desenvolvimento de novas metodologias e soluções tecnológicas proporcionam mais celeridade, assertividade e eficiência no agronegócio. Inclusive, muitas das ideias e ferramentas que surgem no mercado iniciam o desenvolvimento na comunidade acadêmica, nas instituições de ensino superior, em parceria com as instituições de pesquisa científica”, destaca a professora.
SETOR – Considerado um dos principais exportadores de alimentos no mundo, o Brasil movimentou em 2020 quase R$ 2 trilhões no segmento de agronegócios. No mesmo ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio avançou 24,3%, alcançando participação de 26,1% do PIB nacional, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
No Paraná, os municípios de Guarapuava, Cascavel, Tibagi e Toledo estão entre os mais ricos do agronegócio brasileiro, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com base na Produção Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Valor Bruto da Produção (VBP) das lavouras permanentes e temporárias das quatro cidades somou quase R$ 27,2 bilhões no ano de 2020.
Essa cifra equivale a um quinto da produção agropecuária estadual, que registrou VBP de R$ 128,3 bilhões naquele ano, conforme a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O Paraná é o estado da Região Sul com o maior número de cidades entre as 100 mais ricas do agronegócio.
TECNOLOGIA – Nesse cenário de crescimento potencial se consolida o conceito de AgTech. Nos últimos anos, a transformação digital vem movimentando o setor rural, a partir do desenvolvimento de novas tecnologias nos ramos agrícola e pecuário. Essas ferramentas possibilitam aumento da produtividade no campo, evitando perdas e reduzindo custos. Atualmente, são mais de 200 startups nessa área.
A agricultura de precisão vem inovando no manejo agropecuário com um conjunto de ferramentas que se baseiam em tecnologia da informação e comunicação (TIC). Tais recursos permitem o monitoramento das condições de solo e diferentes culturas de plantio e a compreensão de dados meteorológicos, o que favorece a rentabilidade e sustentabilidade das propriedades rurais.
Outros dispositivos na área de robótica e veículos aéreos não tripulados (Vant) completam a lista de inovações que auxiliam no gerenciamento agropecuário.
Outras seis mulheres do Paraná também estão na lista da Forbes:
3º lugar – Ana Carolina Clivatti Ferronato (Palotina);
6º lugar – Carla Porto da Silva (Maringá), pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá (UEM);
10º lugar – Luiza Reck Munhoz (Toledo), médica veterinária pela UEL;
12º lugar – Mariana Silveira Bonora (Londrina), bacharela em Direito pela UEL;
17º lugar – Sheila Xavier (Londrina), doutora em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL);
19º lugar – Tatiana Fiuza (Londrina), mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).