Produtora paranaense de morangos recebe prêmio de inovação no meio rural

Rosana Gabardo Pallu ficou em segundo lugar no Prêmio Produtor Rural 4.0/Categoria Pequena Propriedade, concedido pela Agrobit Brasil. Ela deixou a profissão de confeiteira para se dedicar à produção da fruta, depois de passar por capacitações do IDR-Paraná e Senar. O cultivo é pelo sistema semi-hidropônico elevado.
Publicação
17/11/2021 - 14:44

Confira o áudio desta notícia

A produtora de morangos Rosana Gabardo Pallu, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, recebeu o Prêmio Produtor Rural 4.0, concedido pelo Agrobit Brasil, referente à inovação e tecnologia no meio rural. Ela ficou em segundo lugar na Categoria Pequena Propriedade. A iniciativa tem como objetivo incentivar produtores rurais que promovem a inovação no setor agropecuário, em busca da sustentabilidade econômica, social e ambiental.

O reconhecimento é uma vitória para Rosana, que há três anos era confeiteira na cidade. E afirma que não se arrepende da mudança. Depois de passar por cursos de capacitação promovidos pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) e pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), ela e o marido, José Marcos, construíram uma estufa para plantar morangos, no sistema semi-hidropônico elevado.

Maior polo de cultivo de morangos do Paraná, com cerca de 800 produtores, a Região Metropolitana de Curitiba vem substituindo o cultivo tradicional por bancadas elevadas e protegidas por estufas. O IDR-Paraná presta assistência e capacita os produtores para uso desta tecnologia.

“Fiquei muito feliz. Não esperava nem ser indicada, quanto mais ficar em segundo lugar. Agora tenho que honrar esse prêmio”, afirma Rosana. “Tenho que ficar melhor ainda e produzir alimentos com cada vez mais qualidade. Já estou fazendo mais cursos para melhorar ainda mais”.

Atualmente, Rosana e o marido têm quatro estufas, com 18 mil pés de morango.

Alexandre William da Costa Marra, supervisor regional do Senar Paraná, foi quem indicou a propriedade de Rosana para o prêmio. Segundo ele, o trabalho desenvolvido com o cultivo elevado, em área protegida, o uso racional da água, o controle biológico de pragas, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) e a rastreabilidade credenciaram a produtora a participar da competição.

Além disso, ele acredita que outro aspecto chamou a atenção. “Acho que pesou muito a velocidade com que a Rosana chegou a esse ponto”, disse. Ela começou o cultivo em 2018, dobrou a produção e já construiu uma packing house (instalação onde a fruta é recebida e processada antes de ir para o mercado).

PRODUÇÃO – O extensionista Luis Gustavo Lorga, do IDR-Paraná, explica que a popularização do cultivo elevado e semi-hidropônico se dá pelas vantagens que oferece ao proprietário rural. A propriedade de Rosana e do marido José Marcos produz 21.000 quilos de morango por ano. As frutas são vendidas para intermediários e também entregues a supermercados da Região Metropolitana de Curitiba. O cultivo é feito em estufas, em bolsas plásticas (labs) ou calhas instaladas sobre uma bancada a aproximadamente um metro do solo.

O substrato é previamente preparado e as plantas recebem todos os nutrientes por meio do sistema de irrigação. Dessa maneira, tem-se um ambiente mais controlado e plantas mais saudáveis, com baixa incidência de doenças e pragas. A produtora ainda usa caldas alternativas com produtos a base de microorganismos naturais, reduzindo drasticamente o uso de produtos químicos.

De acordo com Lorga, do IDR-Paraná, os agrotóxicos são usados de forma controlada, respeitando as noções de boas práticas agrícolas. Ele informou ainda que os produtores seguem participando de capacitações para melhorar os resultados com o plantio de morango.

GALERIA DE IMAGENS