Presos participam de curso religioso em projeto de ressocialização

Há missas católicas, cultos evangélicos de várias congregações e celebrações espíritas, com o objetivo de proporcionar aos detentos a participação em cultos de acordo com o que eles mais se identificam.
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18/09/2019 - 10:10

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Uma parceria entre o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) e a Igreja Evangélica Templo das Águias tem permitido que presos da Penitenciária Central do Estado - Unidade de Progressão (PCE-UP) participem de uma formação de “Discipulado para o Encarcerado”, no qual os detentos estudam a Bíblia semanalmente. O objetivo do projeto é buscar a ressocialização pela fé. Um dos ex-presidiários que participaram do curso recebeu bolsa de estudos para continuar a aprender sobre a Bíblia fora do Sistema Penal.

Duas turmas de detentos que já passaram pelo processo de aprendizagem, terminaram o curso e foram certificados. A terceira está no início. “Um dos destaques do projeto foi o Rafael, que participou das atividades desde o início e, depois de concluí-las, passou a auxiliar nas dinâmicas do curso para os demais sentenciados”, disse a diretora da Unidade de Progressão, Cinthia Maria Mattar Bernadelli Dias.

Ela contou que o preso recebeu uma bolsa de estudos pela Igreja para cursar Teologia e continuar passando seus conhecimentos aos demais custodiados. “Com o mutirão carcerário, o Rafael passou para o regime semiaberto harmonizado e, assim, está cursando Teologia e pretende dar continuidade ao trabalho já iniciado na PCE-UP”, afirmou a diretora da unidade.

Para certificar os concluintes das primeiras turmas do projeto, um evento foi realizado no final de agosto na Igreja Templo das Águias e contou com a apresentação de um coral dos próprios detentos, com mais de 50 vozes em cantata. “Incentivamos todo tipo de amparo religioso porque acreditamos que isso é essencial para o resgate dos valores e princípios que regem a vida em sociedade”, afirmou Cinthia.

“Acreditamos que esta seja uma das inúmeras portas que serão abertas para a implementação de outros projetos de auxílio na ressocialização dos detentos em relação à ocupação da mente e que não se resumam ao trabalho e ao estudo somente, mas, principalmente, no crescimento da fé em Deus, destacou a diretora da PCE-UP.

OUTRAS RELIGIÕES - Segundo Cinthia, participar de celebrações ligados à religião é um processo importante para a ressocialização do preso. “Desde a inauguração, a nossa unidade vem apostando em parcerias com entidades de fé de diversas religiões, a fim de proporcionar aos sentenciados a participação em cultos de acordo com o que eles mais se identificam”, explicou.

A PCE-UP recebe ao todo nove religiosos, que se revezam às sextas-feiras e aos sábados, durante o dia todo. Há missas católicas, cultos evangélicos de várias congregações e celebrações espíritas, além do curso da Templo das Águias. “Todos os nossos presos acabam participando de alguma das atividades. O benefício que eles têm é espiritual, porque, ao contrário do que ocorre com o estudo e o trabalho, não há remição de pena, por exemplo”, explicou.

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