Os preços de carne ovina no mercado varejista paranaense não acompanharam a tendência de alta de outras espécies, e alguns cortes tiveram até redução no primeiro semestre deste ano. Essa análise é um dos assuntos do Boletim de Conjuntura Agropecuária da semana de 9 a 15 de julho. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.
As carnes bovinas apresentaram acréscimo no preço praticado no mercado varejista paranaense durante o primeiro semestre. Levantamento feito pelo Deral mostra que, entre janeiro e junho, o peito registrou o maior percentual, com alta de 21,6%, seguido da paleta, com 16,2%. Entre os menores reajustes estão a alcatra, que aumentou 7,6%, e o acém, com 8,6%.
Para os cortes ovinos essa tendência foi inversa. No mesmo período avaliado, a costela teve redução de 2,2% no preço, o pernil apresentou queda de 0,9% e a paleta, aumento de apenas 0,1%. As reduções foram registradas ainda que os custos de produção tenham apresentado acréscimo. Um exemplo é o preço da saca de milho de 60 quilos, que teve elevação em 8,7%.
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As cotações dos animais vivos para reprodução também não acompanharam a tendência de outras espécies. Dados do Deral mostram que, em maio de 2020, uma matriz ovina de corte era comercializada a R$ 600,00. Um ano depois, o aumento foi de 8,3%, passando a R$ 650,00. No mesmo período comparativo, uma novilha de corte para reprodução valorizou-se em 71%, passando, em média, de R$ 2.026,30 para R$ 3.464,58.
Algumas razões podem explicar a defasagem de cotações entre os preços ovinos e de outros animais. Uma delas é o comércio informal, com as compras realizadas diretamente nas propriedades. Também contribui para isso a importação de grandes volumes, especialmente do Uruguai, o que ocasiona concorrência desleal com o produto interno e de qualidade superior.
Mas, de acordo com a análise do Deral, também há pouca organização entre os elos da cadeia de produção ovina nacional, acompanhada da falta de valorização do animal para o produtor. Ainda pode ser colocado como um entrave para melhoria dos preços o emprego reduzido de tecnologias de produção e gestão nas propriedades.
FEIJÃO E GOIABA – O boletim registra, ainda, o plantio da terceira safra de feijão no Paraná. A área para este ciclo é próxima a 1.615 hectares com produção estimada de 1.985 toneladas. Cerca de 60% já está semeada, com quase a totalidade na fase de floração.
Também há referência à exportação brasileira de goiaba, 18ª fruta na pauta comercial brasileira em 2020. Foram enviadas 238 toneladas para o Exterior. O estado de São Paulo é o principal exportador, com 88% dos volumes. O Paraná tem pouca presença, com 596 quilos vendidos para outros países em 2020.
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PISCICULTURA E AVICULTURA – O documento diz que as exportações de carne de peixe, por parte do Paraná, ainda que os volumes tenham sido pequenos neste primeiro semestre, representaram alta de 201% em relação ao mesmo período de 2020. De 249 toneladas elevou-se para 751 toneladas. A carne de tilápia é a mais ofertada internacionalmente.
Em relação à avicultura, o boletim registra os dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) de que foram exportadas 397,4 mil toneladas de carne de frango em junho, volume 16,2% superior ao mesmo mês do ano passado. O Paraná, principal produtor e exportador nacional, embarcou 143,2 mil toneladas.
OUTROS PRODUTOS – O documento analisa, ainda, o estágio de colheita da segunda safra da batata. Também trata da cultura da mandioca, que teve os trabalhos de plantio e colheita dificultados nos últimos dias em razão do não registro de chuvas, que reduziu a umidade no solo.
O boletim registra as projeções de órgãos como Conab, IBGE e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em relação às culturas de soja e trigo. Sobre o milho, a análise discorre sobre as exportações paranaenses no primeiro semestre, que alcançaram 405 mil toneladas, alta de 22,1% comparado ao mesmo período de 2020.