Portos vão colaborar com o Observatório Brasileiro do Mar

Dados dos programas de monitoramento ambiental da Portos do Paraná podem contribuir para o aperfeiçoamento da plataforma que monitora o mar nos estados do Paraná e Santa Catarina.
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06/11/2019 - 09:30

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As informações coletadas pela empresa pública Portos do Paraná por meio de seus Programas de Monitoramento Ambiental podem ajudar no aperfeiçoamento do Observatório Brasileiro do Mar (BSO-Brazilian Sea Observatory). Lançada nesta terça-feira (5), a plataforma é aberta ao público e traz informações importantes sobre o mar nos estados do Paraná e Santa Catarina.

A bióloga Juliana Vendrami, da Diretoria de Meio Ambiente da Portos do Paraná, participou do workshop Observatórios Costeiros no Brasil e no Mundo, evento em que foi apresentada a ferramenta que pode auxiliar nas atividades dos portos.

“É uma ferramenta importante tanto para a questão de monitoramento quanto para a segurança e navegabilidade. Ela traz dados sobre a maré, corrente, velocidade de vento, clorofila, temperatura, informações importantes para o porto”, explica Juliana.

PERSPECTIVA - Segundo a analista portuária, uma das possibilidades que surgem com a plataforma é a criação de um novo produto voltado à disponibilidade de dados da biota – conjunto de seres vivos, flora e fauna, aproveitando as informações que os portos já têm com os monitoramentos atuais.

“A Portos do Paraná pode ajudar oferecendo os dados que a gente vem coletando, já que se trata de um modelo, e para validar esse modelo você precisa de dados reais”, disse Juliana. Ela acrescenta que esse trabalho é feito desde 2013 e que já há informações referentes a diversos parâmetros da água, dos sedimentos e, também, de biota.

A Portos do Paraná desenvolve atualmente 36 programas de monitoramento e gerenciamento ambiental, vários deles com levantamentos contínuos.

PLATAFORMA - O portal Brazilian Sea Observatory (BSO) – Observatório do Mar foi desenvolvido em parceria pela empresa EnvEx Engenharia e Consultoria, Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) e Centro de Ciência e Tecnologia do Ambiente e do Mar (Maretec) da Universidade de Lisboa (IST).

Segundo o pesquisador do CEM, Guilherme Augusto Stefanelo Franz, trata-se de uma plataforma online que disponibiliza dados de diferentes instituições, como observações de satélites, dados de monitoramento in situ (locais), previsões oceanográficas baseadas em modelos numéricos e posições de navios em tempo real. De acordo com ele, no caso de um derramamento de óleo, por exemplo, pode ajudar a prever a trajetória do produto.

“A gente gostaria de ter acesso aos dados dos portos. Também podemos fornecer previsões que podem ser utilizadas em casos de acidentes para combater os danos com maior eficácia”, disse o pesquisador.

Elder Rafael Nocko, engenheiro ambiental e diretor da Envex, empresa que desenvolveu a tecnologia, explica que os dados disponibilizados pela BSO são de hidrodinâmica – corrente, direção e velocidade da água, nível e qualidade da água. “A gente consegue fornecer dados de oxigênio, nutrientes e também de clorofila, que é a quantidade de algas que têm na água, temperatura, salinidade”, detalha.

De acordo com ele, também integra o mesmo projeto uma estação de monitoramento do fluxo de navios que foi instalada no Centro de Estudos do Mar da UFPR, em Pontal do Paraná. “A gente consegue receber a transmissão de navios via rádio e disponibiliza a movimentação e localização deles”.

Para Nocko entre as informações que a Portos do Paraná que poderia fornecer para complementar a plataforma estão os levantamentos batimétricos que a empresa realiza. “Os dados de profundidade a gente tem do canal principal, mas são poucos os dados do fundo da baía. Quanto mais dados, maior a precisão”.

SIMEPAR – O Sistema Tecnológico e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) vem acompanhando o monitoramento realizado pelo Ibama em relação às manchas de óleo que estão se espalhando pelo Litoral nordestino. A ideia é fortalecer esse monitoramento utilizando os dados da nova plataforma, bem como também disponibilizar informações do Simepar para alimentar e ampliar os dados do BSO. A parceria está sendo discutida.

“Hoje a possibilidade de as manchas de óleo chegarem até o Litoral paranaense é baixa, mas estamos atentos para qualquer eventual que possa acontecer e tomar as medidas cabíveis com antecedência”, diz o presidente do Simepar, Eduardo Alvim.

O secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, destaca os benefícios da plataforma do Observatório Brasileiro do Mar. “Ela permitirá, por exemplo, uma maior capacidade de reação do governo em relação a acidentes com óleo, mapeamento da movimentação de navios, maior conhecimento sobre as condições de navegabilidade no Litoral do Paraná, fomento à pesquisa científica e estudos sobre pesca, aquicultura e qualidade das águas de toda Costa no nosso Estado”, disse o secretário.

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