Portos do Paraná inicia programa para recuperar áreas degradadas e conservar vegetação nativa

Objetivo é recuperar 40 hectares de áreas nas regiões de Paranaguá e Antonina e conservar 300 hectares de mata nativa por meio da regularização ou inscrição do proprietário rural no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Programa foi o assunto de reunião em Antonina, nesta semana.
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28/07/2021 - 17:10

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A Portos do Paraná deu início às ações do programa de recuperação de áreas de preservação permanente nas regiões de Paranaguá e Antonina, com objetivo de conservar vegetação nativa. Nesta terça-feira (27), representantes da empresa estiveram em Antonina para apresentar os responsáveis pelo programa, tratar do apoio da prefeitura do município e da adesão da população.

O programa abrangerá a Baía de Antonina e região, com ênfase nas bacias hidrográficas dos rios Cacatu, Faisqueira, Cachoeira e Pequeno. São cerca de 40 hectares que ficam em área de drenagem e que tiveram a vegetação nativa retirada, com impacto direto na quantidade de sedimentos carregados pela chuva até o mar. As bacias hidrográficas abrangem também locais dentro da Área de Proteção Ambiental Federal de Guaraqueçaba e o complexo estuarino de Paranaguá.

A empresa contratada por licitação para a execução do programa é a Ecotech. Equipes vão trabalhar em campo, acompanhar os proprietários rurais e instruí-los na recuperação por meio de Sistemas Agroflorestais (SAF). Além de viveiros para produção de mudas, serão ofertadas atividades de capacitação para os proprietários envolvidos, como reconhecimento de espécies de árvores nativas, coletas de semente e produção de mudas nos viveiros.

O diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, afirma que o programa vai transformar área degradada em área produtiva. “A proposta é recuperar áreas degradas no alto estuário, com sistema agroflorestal, uma agricultura muito inovadora, futurista. Replantando os terrenos com plantas nativas, de interesse econômico, de modo a trazer a biodiversidade de volta para a região”, explica.

“Acredito que sejamos um dos primeiros portos do mundo a implantar uma ação como essa, neste formato de trabalho. É uma proposta que envolve o cuidado com o meio ambiente, a parceria com a comunidade e que evita que o sedimento de solo seja carreado para dentro da baía, reduzindo a necessidade constante de dragagens”, completa.

Todas as atividades serão monitoradas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), que vai promover estudos antes, durante e depois do programa. Os trabalhos vão calcular a quantidade de sedimento evitado que seja transportado pelas chuvas para dentro da baía.

Também está prevista a conservação de 300 hectares de mata nativa, por meio da regularização ou inscrição do proprietário no Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Vamos trabalhar em conjunto para aproximar os agricultores do projeto, para que entendam a importância da participação. Quem aderir vai parar de perder terra para erosão. Sem contar que terá possiblidade de lucrar mais, plantando mais”, ressalta o prefeito de Antonina, José Paulo Vieira Azim.

PASSO A PASSO – Suzane Álvares, coordenadora de implantação de sistemas agroflorestais da Ecotech, explica a programação do projeto. “Vamos começar articulando com lideranças locais de associações de agricultores, associações de bairros, cooperativas. Na medida em que seja assinado o termo de adesão, começamos as visitas às propriedades e a organizar os viveiros para produção de mudas”, explica.

“Vamos construir planos individuais de implantação para cada propriedade e, então, passar para a execução de cuidado do solo, utilizando sementes de adubação verde, plantas adubadoras para melhorar a fertilidade, mantendo o solo coberto para recuperar sua estrutura física, química e biológica e para evitar processos de erosão”, completa.

A execução do Programa de Recuperação de APPs Degradadas para a APA Federal de Guaraqueçaba foi estabelecida como condicionante da Autorização de Licenciamento Ambiental nº 10/2012, emitida pelo ICMBio, e da Licença de Instalação nº 1144/2016, emitida pelo Ibama, ambas referentes às obras de dragagem de aprofundamento do canal de navegação, acesso e berços do porto de Paranaguá.

PARTICIPAÇÃO – Também estiveram presentes na reunião em Antonina Rafael Salles Cabreira, coordenador de Fiscalização e Controle de Emergências da Portos do Paraná; Bruno Simioni, coordenador de Monitoramento e Qualidade Ambiental; e a bióloga Jaqueline Dittrich. Pela prefeitura de Antonina participaram Leonardo dos Santos, secretário de Meio Ambiente; Fábio Azevedo, engenheiro florestal; Marlon Moreira Cruz, secretário de Indústria e Comércio; Eliseu Marquioli Trancoso, chefe de gabinete. Da Ecotec participaram Jair de Pontes, biólogo e responsável técnico da empresa; Gustavo Elste, analista de geoprocessamento; Angélica Soares, coordenadora socioambiental e Gabriel Corbellini, analista socioambiental.

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