Portos do Paraná implanta sistema de tratamento de esgoto alternativo na ilha de Eufrasina

A solução atende a escola estadual e a associação de moradores da comunidade. Ação faz parte do Programa de Educação Ambiental da empresa pública, com cinco linhas de atuação, baseadas nos princípios da permacultura.
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14/02/2023 - 10:00

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A Portos do Paraná, através do Programa de Educação Ambiental, implantou um sistema de tratamento de esgoto alternativo, com biodigestores, em dois locais na Ilha de Eufrasina, no Litoral do Estado. A solução foi instalada em parceria com a empresa júnior da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e já está em funcionamento na escola estadual e na associação de moradores da comunidade.

O pedido veio dos moradores. “Temos ouvido as 15 comunidades que vivem na área de abrangência dos portos de Paranaguá e Antonina. Junto com eles, trabalhamos em cinco linhas de atuação: fortalecimento da pesca artesanal, fortalecimento das associações, saneamento básico, apoio ao público jovem, turismo e cultura socioambiental”, destaca o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana.

Segundo o professor da UFPR Fernando Armani, supervisor da empresa júnior, o objetivo foi implantar sistemas de baixo custo e manutenção. “Focamos nisso para que sejam soluções facilmente replicadas na comunidade. Além de projetar os sistemas e implantá-los, também promovemos alguns cursos e oficinas técnicas participativas com a comunidade, para que eles atuem conosco, aprendam como é feito e agreguem conhecimento sobre o assunto", explica.

Também está em fase de finalização uma cartilha que vai ensinar os moradores a instalar o sistema com biodigestor. Ele é um equipamento usado para o processamento de matéria orgânica, como fezes e urina de humanos, como método alternativo ao convencional. É utilizado em vários locais do mundo por conta da tecnologia barata, eficaz e ecológica no tratamento de esgoto humano e animal. O biodigestor evita a poluição do meio ambiente com dejetos orgânicos, sobretudo das águas.

Dentro desses recipientes o esgoto se sedimenta e se biodecompõe com a ação de microrganismos que se desenvolvem de maneira natural. Depois de tratado, o esgoto é denominado de efluente. Na associação ele seguirá para uma vala de infiltração (um cano perfurado acomodado sobre uma camada de brita) e na escola para uma nova fossa séptica.

“A cartilha demonstra como dimensioná-lo, quantas pessoas esses biodigestores podem atender, sendo residência, pousada ou restaurante, e como confeccionar e fazer a instalação”, conta Armani.

Para Rosene Aparecida Passos, presidente da Associação de Moradores da Eufrasina, a iniciativa moderniza a comunidade. “É de suma importância que a gente consiga replicar como instalar esse sistema de esgoto aos moradores de outras residências. Só assim eles vão ter mais conhecimento sobre a necessidade de cuidar do nosso local e fazer da maneira correta o descarte do esgoto”, salienta.

PERMACULTURA – O Programa de Educação Ambiental da Portos do Paraná segue os princípios da permacultura – cuidar das pessoas, cuidar do planeta e a partilha justa da distribuição dos excedentes.

A prática consiste no planejamento de ocupações humanas sustentáveis, unindo práticas ancestrais aos conhecimentos de ciências agrárias, engenharias, arquitetura e ciências sociais, sempre sob a ótica da ecologia.

Além disso, todos os projetos ambientais e monitoramentos executados pela Portos do Paraná têm relação direta com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, do qual a empresa pública é signatária.

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