A Portos do Paraná implantou recentemente um sistema de tratamento de esgoto alternativo com biodigestores na escola e na sede da Associação de Moradores da Ilha de Eufrasina, no Litoral do Estado. Agora a empresa pública ministrou aos moradores da comunidade uma oficina sobre como implantar o sistema em suas residências.
A ação faz parte do Programa de Educação Ambiental da Portos do Paraná e conta com parceria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Secretaria Municipal de Aquicultura e Pesca de Paranaguá.
“Temos ouvido as 15 comunidades que vivem na área de abrangência dos portos de Paranaguá e Antonina e esse pedido sobre sistema alternativo de tratamento de esgoto veio dos moradores, é uma demanda deles que estamos atendendo”, explica o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana.
Segundo o professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFPR, Fernando Armani, primeiro foi feito um diagnóstico do local. “Visitamos todas as residências e edificações da vila de Eufrasina. A maioria não tem um sistema de tratamento de esgoto adequado ou está lançando diretamente nas águas da Baía de Paranaguá, ou ainda estão usando uma solução de fossa subdimensionada, que tem mais a função de diluir o esgoto que de fato tratar”, completa. Segundo ele, a comunidade está bastante receptiva, interessada em implantar os sistemas.
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Para a médica veterinária Tayana Missal Galvão, que trabalha na Secretaria Municipal de Aquicultura e Pesca de Paranaguá, o problema está em vias de ser resolvido. “Pouquíssimas casas têm um tratamento adequado, isso expõe a população da ilha a várias doenças, sem contar no prejuízo à pesca, que é o modo econômico deles, do que dependem para viver. Melhorar esses sistemas de tratamento de esgoto é uma prioridade para nós”, afirma.
Manoel Ferreira Machado, conhecido como Maneco, tem 52 anos e nasceu em Eufrasina. Ele diz que, se depender de sua vontade, começam hoje mesmo os trabalhos de implantação do sistema. “Esse projeto é coisa de primeiro mundo, saneamento em ilha é difícil em todo lugar. As famílias não têm esgoto”, afirma.
CARTILHA – Durante a oficina foi entregue aos moradores uma cartilha que ensina a instalar o sistema com biodigestor. O equipamento é usado para o processamento de matéria orgânica, como método alternativo ao convencional. É utilizado em vários locais do mundo por conta da tecnologia barata, eficaz e ecológica no tratamento de esgoto humano e animal. O biodigestor evita a poluição do meio ambiente com dejetos orgânicos, sobretudo das águas.
A cartilha demonstra como dimensionar o sistema, quantas pessoas esses biodigestores podem atender, sendo residência, pousada ou restaurante, e como confeccionar e fazer a instalação.
PERMACULTURA – O Programa de Educação Ambiental da Portos do Paraná segue os princípios da permacultura – cuidar das pessoas, cuidar do planeta e a partilha justa da distribuição dos excedentes. A prática consiste no planejamento de ocupações humanas sustentáveis, unindo práticas ancestrais aos conhecimentos de ciências agrárias, engenharias, arquitetura e ciências sociais, sempre sob a ótica da ecologia.
Além disso, todos os projetos ambientais e monitoramentos executados pela Portos do Paraná têm relação direta com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, do qual a empresa pública é signatária.