Representantes da comunidade pesqueira de Paranaguá e estudantes universitários participaram nesta quinta-feira (11) do Seminário de Pesca promovido pelos Portos do Paraná. “Estamos trazendo informações importantes para a população em geral, incluindo as organizações civis, as academias e os órgãos de gestão”, disse o diretor de Meio Ambiente, João Paulo Ribeiro Santana. Segundo ele, esses dados, que foram apresentados hoje em resumo, permitem fazer análises ainda mais aprofundadas e cruzamento de dados para que se possa estar atento a todos os movimentos da atividade, principalmente para verificar os impactos.
Ainda de acordo com o diretor, os seminários da pesca e a participação da comunidade pesqueira são importantes para que a qualidade dos dados que estão sendo coletados nos monitoramentos seja ainda melhor.
“São esses diálogos e trocas que fazem com que os dados sejam cada vez mais representativos da realidade da pesca em nosso litoral. A contribuição dos pescadores, participando do fornecimento dos dados no desembargue e depois contribuindo nos seminários é fundamental”, acrescentou.
Segundo Santana, os dados completos da série histórica de quatro anos de monitoramento são públicas e podem ser solicitadas à Administração dos Portos do Paraná a qualquer tempo. O caminho é o protocolo, eletrônica ou pessoalmente.
DADOS - Como mostram os dados da série, de 2014 a 2018, o ano em que mais se pescou na região foi 2015; foram 440 mil quilos de pescados, um rendimento de quase R$4,5 milhões. Depois de uma queda em 2016, com 370 mil quilos de pescado, a pesca voltou a melhorar - em peso e rendimento. Em 2017, já voltou aos 400 mil quilos de pescados, e rendimento de quase R$ 4 milhões.
“Em geral a gente vê que tem uma flutuação que é intrínseca da atividade como um todo. Tem anos que tem mais pescado que outros. Até o momento, não encontramos uma queda muito brusca aqui na baía”, afirma Juliana Vendrami, bióloga dos Portos do Paraná.
Segundo ela, um desafio para a ampliação dos monitoramento ainda é a resistência dos pescadores em aderir ao programa. “Precisamos que eles nos passem os dados para conseguirmos atualizar a lista de espécies ameaçadas e ter uma noção mais geral do que acontece em nossa região. Aos poucos eles vão aderindo ao programa”.
2018 - No ano passado, segundo os dados apresentados nesta quinta-feira, nos setes entrepostos pesqueiros monitorados, dentro do Complexo Estuarino de Paranaguá, foram registrados 7.622 desembarques de 873 embarcações. No total, foram 407.093,54 quilos de pescados, 27.137 dúzias, que geraram rendimento de R$ 4 milhões.
Ainda no ano 75%¨da pesca foi feita na própria baía (pesca estuarina), com embarcações menores.
“Acho muito importante o pescador saber o que eles estão fazendo em sua atividade e o que o Porto está fazendo. Temos que nos organizar e sempre que possível participar desses momentos e das pesquisas. Isso serve também para que ele saibam as margens nas quais eles têm que trabalhar”, afirma o presidente da Federação de Pescadores do Paraná, Edmir Manoel Ferreira.
MONITORAMENTO - O Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira é uma medida de mitigação exigida pelo licenciamento federal, conduzido pelo IBAMA. (Licença de Operação dos Portos do Paraná Nº 1173/2013 e 1364/2017). O objetivo do programa é acompanhar alterações na pesca, identificar oscilações na produção e nos preços de comercialização de pescados em função da atividade portuária.
São sete entrepostos de monitoramento. Além de acompanhar e entrevistar os pescadores no Mercado de Peixe e na Vila Guarani, em Paranaguá, a equipe também realiza abordagens em Antonina (Mercado de Peixe, Praia dos Polacos e Ponta da Pita); em Pontal do Sul (no Canal DNOS e na Vila dos pescadores); e em Guaraqueçaba (na Colônia de pesca Z-2).