Há quase 50 dias, equipes de saúde se revezam em quatro turnos, a cada 24 horas, de segunda a segunda, para trabalhar na linha de frente da operação de prevenção à Covid-19, no Porto de Paranaguá. Nesta terça-feira (12), Dia Internacional da Enfermagem, a empresa Portos do Paraná destaca o trabalho desses profissionais que estão colaborando para garantir a segurança dos trabalhadores e, consequentemente, a continuidade da atividade portuária.
O presidente da empresa pública, Luiz Fernando Garcia, afirma que esses profissionais aceitaram o desafio e a convocação para exercer a enfermagem em um local tão diferente do habitual.
“Eles seguem dando atenção à saúde de todo trabalhador que acessa o cais e cada caminhoneiro que chega para descarregar os grãos de exportação. Se antes nunca pensamos nessa profissão como essencial para o dia-a-dia da atividade portuária, hoje se não pudéssemos contar com os enfermeiros, não estaríamos operando”, afirma.
Em caráter emergencial, os enfermeiros e enfermeiras atendem nas tendas e plataformas instaladas no Pátio de Triagem dos caminhões graneleiros e nos acessos à faixa portuária. A cada turno, são 14 pessoas, incluindo os técnicos e técnicas. No total, fazendo esse revezamento, são 16 enfermeiros e 56 técnicos de enfermagem.
AJUDAR PESSOAS – Enfermeira há dez anos, Andréia Letícia Soares Labes sempre quis atuar na área de saúde. “Eu me formei muito nova. Saí do ensino médio, já fiz a faculdade e já fui atuar na linha de frente. O que me cativou foi o fato de poder ajudar as outras pessoas, poder fazer a diferença na vida das pessoas. Seja por uma simples orientação, um atendimento, uma intervenção”, conta.
Apaixonada pela área de atuação atual, a de urgência e emergência, Andréia é a coordenadora da equipe de enfermagem à frente da Operação no Porto. “É a primeira vez que a gente integra uma operação como esta. A gente trabalha com outros contratos, geralmente, em atendimentos pré-hospitalares. Aqui o nosso trabalho é com a prevenção”, afirma.
Segundo ela, o fundamental dessa atuação é saber identificar, o quanto antes, sintomas que possam surgir entre os colaboradores, trabalhadores e caminhoneiros. “Assim evitamos que a Covid se instale e acabe se desenvolvendo com rapidez nesse ambiente portuário”, completa Andreia que, além de coordenar, também faz plantão, um dia por semana.
“Acho que com essa pandemia, muita coisa a gente está aprendendo. Tem coisa que antes a gente deixava de lado, mas hoje valorizamos muito mais, em termos de materiais, treinamentos, prevenção. Isso vai trazer muito crescimento profissional e valorização”, conclui a enfermeira.
NO CAIS – A enfermeira responsável, no turno da manhã, nesta terça-feira (12), no acesso à faixa primária, era a Josiane Silveira de Andrade, de 35 anos. Ela começou, em 2011, como técnica de enfermagem e, depois de cinco anos, se formou em Enfermagem e já tem três anos de profissão. Ela, que é de Quitandinha, vem para Paranaguá a cada plantão para exercer a profissão que ama.
“O Porto é um ambiente com muitas pessoas. É um espaço muito importante para o país, em geral. E a gente, como enfermeiro, estando aqui na linha de frente, se sente parte responsável por tudo isso. Nosso trabalho está sendo muito importante”, conta.
Como enfermeira responsável, ela garante que tudo esteja de acordo para que o trabalho de prevenção dos técnicos e técnicas de enfermagem seja realizado. “O que tenho percebido e me surpreendeu aqui, é a recepção dos trabalhadores e dos caminhoneiros com o nosso trabalho. A grande maioria está se cuidando e vê, na gente, uma soma para lutar contra esse vírus”, comenta Josiane.
Mantendo o cuidado também com a própria proteção, segurança e saúde, Josiane reforça, nesta data tão especial, que todos façam o mesmo. “A enfermagem é cuidar. Então, a mensagem que eu deixo é: cuide de você que você estará cuidando do outro”, completa.
NO PÁTIO – No mesmo horário, mas no Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá, quem atuava na mesma função, era a Aline Santana, de 25 anos, enfermeira há três. “Por amor ao próximo, por respeito, humanização escolhi essa profissão”, diz.
Ela, que é de Guaraqueçaba, afirma que a maior tensão de estar atuando, em tempos de pandemia, é a preocupação com o filho, que nem completou dois anos. “A maior preocupação é transmitir para aqueles que a gente ama”, revela Aline, que, nas primeiras semanas, ficou afastada do bebê.
Como enfermeira, antes de atuar no Porto, Aline trabalhou na rede pública de saúde de Guaraqueçaba e no Hospital do Rocio (em Campo Largo). Além da operação, ela atende também no Hospital Regional do Litoral. “Eu tinha muita curiosidade de trabalhar em plataformas, mas nunca havia imaginado estar em uma situação como esta, da Operação no Porto”, diz.
“Aqui a gente faz triagem, seguem um protocolo de segurança, uma profilaxia, um preventivo. Temos contato com várias pessoas, mas tomamos cuidado”, garante Aline.
A mensagem que ela deixa, nesta data, é apoio. “Força para enfrentar este momento. Parabéns pela dedicação de todos. Para os pacientes, que se cuidem. Fiquem em casa e levem a sério”, conclui a enfermeira.