Porto de Paranaguá recebe draga especial para obra nos berços

Esta é a primeira vez que uma Clamshell é utilizada nos portos paranaenses. A diferença entre essa e as embarcações comuns para execução deste serviço é a precisão e a segurança para dragar mais próximo ao costado, reduzindo riscos às estruturas fixas.
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06/12/2019 - 17:10

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Os berços do Porto de Paranaguá começaram a ser dragados por uma draga mecânica nesta sexta-feira (6). Esta é a primeira vez que uma Clamshell é utilizada nos portos paranaenses. A diferença entre essa e as embarcações comuns para execução deste serviço é a precisão e a segurança para dragar mais próximo ao costado.

O oceanógrafo Ricardo Delfim, da Diretoria de Engenharia e Manutenção da empresa Portos do Paraná, explica que a Xin Hai Beng é uma draga estacionária, fixa. Basicamente, ela opera com um guindaste, auxiliada por caçambas e batelões. “O equipamento é um tipo de draga mecânica que opera com uma caçamba içada por cabos, uma espécie de guindaste. Tem menos mobilidade, mas draga com maior precisão próximo ao cais e não expõe as estruturas fixas a riscos”

A Clamshell é atendida por batelões – embarcações auxiliares de fundo chato, tipo balsa – para que o material dragado chegue ao despejo.

COMO OPERA – A draga Xin Hai Beng se fixa em um ponto estratégico e avança à posição de operação por meio de grandes ‘estacas’, tecnicamente chamadas de ‘spuds’. O equipamento traz consigo três tamanhos de caçamba: 09, 22 e 27 metros cúbicos.

A caçamba designada para determinado local é baixada até fundo, aberta, e por gravidade penetra o leito e, após cheia, o operador a fecha por cabos e transfere o material para dentro do batelão, que fica atracado a contrabordo, ou seja, bem junto à draga.

Os batelões que atendem a operação são o Hang Bo 2002 e o Hang Bo 2003. Enquanto um batelão é carregado, o outro despeja o material. Os dois batelões se alternam entre carregamento e transporte ao despejo para que a Xin Hai Beng não fique ociosa.

O uso de draga mecânica, classificação dada a dragas que não utilizam bombas de sucção, normalmente é aplicado em portos brasileiros e internacionais em obras junto a cais, berços e dolfins, que são estruturas localizadas fora do cais que servem para amarração e atracação de navios.

APOIO – Durante a obra, uma outra embarcação ainda auxilia nas atividades. O rebocador M. Aveiro é empregado no processo de nivelamento do leito marinho.

Segundo o oceanógrafo, essa técnica visa aproveitar as pequenas lacunas das áreas que eventualmente são dragadas além da cota de trabalho. “Com isso são evitadas viagens extras até a área de despejo o que poupa material, insumos, reduz a queima de combustível, diminuindo a pegada ambiental da obra e otimizam o tempo e os resultados”.

CRONOGRAMA – De acordo com o diretor de Operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, esse equipamento era muito aguardado. “É uma draga especial porque ela chega perto da cortina do berço. Essa é a grande vantagem dela sobre a draga convencional que nos atendia até hoje”, pontua.

Os serviços dessa etapa da dragagem dos berços do cais comercial do Porto de Paranaguá começarão pelo berço 204, especializado no embarque de granéis sólidos de Exportação (grãos e açúcar). E na sequência devem ser dragados linearmente os demais berços até o 214 e, por fim, o berço interno do píer de inflamáveis 142.

DRAGAGEM - Com a obra de manutenção, a profundidade mantida em todos os berços é de 13,5 metros. Para o berço interno do píer de inflamáveis são 11 metros.

No total, serão retirados cerca de 150 mil metros cúbicos de sedimentos no cais comercial e parte interna do píer de inflamáveis. A obra mantém o porto operacional, igualando as profundidades dos berços aos acessos aquaviários.

A obra está inserida no programa de manutenção continuada da profundidade dos portos do paraná, que prevê as obras para os próximos cinco anos. O investimento público total para o programa será de R$ 403 milhões ao longo deste período.

DESCARTE - A área de despejo dos sedimentos dragados fica localizada a mais de 20 quilômetros da Ilha da Galheta e da Ilha do Mel. Em média, devem ser feitas duas viagens por dia, por equipamento.

O local de descarte, regulamentado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foi definido após estudos de correntes e outros aspectos climáticos, como a mais indicada para a dispersão do material dragado sem prejuízos ambientais.

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