Porto de Paranaguá é referência no prêmio positivo de exportação

Remuneração extra para a entrega do grão exportado segue alta. Eficiência do porto paranaense e a confiança do mercado na qualidade do produto são essenciais para a formação dos preços, o que tem impacto direto no lucro dos produtores.
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31/07/2019 - 15:20

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O Porto de Paranaguá é referência no pagamento do “prêmio da soja”, uma remuneração extra para a entrega do grão para exportação. A eficiência do porto e a confiança do mercado na qualidade do produto exportado são essenciais para a formação dos preços e têm impacto direto no lucro dos produtores.

No Brasil, o valor do prêmio pago pelos produtos embarcados no Porto de Paranaguá é um indicador que vale para todas as negociações no país. “Os prêmios têm reajustes positivos desde janeiro e seguem em alta. Além disso, os valores pagos no prêmio em Paranaguá são maiores que nos demais portos, como Santos e Rio Grande”, explica o diretor-presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Entre os diferenciais do modelo paranaense está a preferência de atracação para navios que já tenham carga pronta para o embarque. Assim, o tempo de espera ou “lay time”, fica abaixo da média e reduz os custos de estadia do navio.

Além disso, o formato do Corredor de Exportação, com nove terminais interligados e operações simultâneas, acaba com as paradas operacionais para troca de terminal e permite mais margem de negociação dos exportadores.

Segundo Nilson Hanke, assessor técnico da Federação de Agricultura do Paraná, o prêmio positivo é considerado um indicativo de eficiência logística. “Quando as operações portuárias são rápidas, sem entraves, sem filas, o comprador paga este valor ao vendedor, pois entende que a carga chegará no prazo. Hoje o Porto de Paranaguá é reconhecido internacionalmente por esta qualidade nas operações”, destaca.

CAMPO - Dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, indicam que das 16 milhões de toneladas de soja produzidos pelo Paraná, 68% já foram comercializadas, sendo 4,4 milhões de toneladas para exportação.

“A previsão é exportar cerca de 8 milhões de toneladas até o final do ano. Por questões de mercado os produtores estão optando por segurar as vendas mas, com a recuperação das cotações nos últimos dias, a tendência é que o volume de negócios aumente”, diz o economista do Deral, Marcelo Garrido.

Para entender como a Portos do Paraná se destaca no mercado internacional é preciso saber como funciona esta vantagem:

O PREÇO: Os prêmios são pagos pelos compradores aos vendedores. O pagamento é negociado entre as tradings e os compradores internacionais. A base de cálculo é uma porcentagem da cotação de Chicago descontando os custos logísticos.

Para chegar no valor que será pago, os importadores estimam os chamados preços CIF (Custo, Seguro e Frete) e vão deduzindo preços das diversas etapas do processo de comercialização.

OS CUSTOS: O prêmio leva em conta a origem e o destino do produto exportado, a qualidade, a oportunidade, o frete marítimo, a demanda, o câmbio e a eficiência do porto exportador.

O preço do produto vai ser afetado ainda pelos custos com o transporte terrestre do produtor até o porto, o armazenamento, taxas portuárias e tempo de embarque.

INTERNACIONAL: O mercado monitora esses fatores e aplica esse prêmio à cotação da Bolsa de Chicago (CBOT). Se as condições são favoráveis no porto exportador o prêmio recebe ágio. Se forem desfavoráveis o prêmio será negativo, ou seja, com deságio.

Com muita oferta de soja recém-colhida, os preços do frete tendem subir com força, enquanto os prêmios de exportação devem sofrer o inverso e ficar mais baixos.

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