Foi inaugurada nesta sexta-feira (30), com a presença do secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, a usina termoelétrica pública de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O empreendimento vai converter o resíduo orgânico em energia elétrica.
Esta é a primeira usina do País que fará o processo termoelétrico como parte da gestão de resíduos pela administração municipal, segundo a prefeitura. Na sua capacidade máxima poderá processar 30 toneladas de resíduos orgânicos por dia, o que vai gerar energia suficiente para garantir o próprio funcionamento da usina, além de abastecer a UPA Sant’Ana, Hospital Municipal Amadeu Puppi, Hospital Universitário Materno Infantil e o prédio da Prefeitura Municipal. Dessa forma, haverá economia de aproximadamente R$ 250 mil/mês.
Além da parte ambiental, este processo de transformação dos resíduos orgânicos em energia elétrica terá como resultante um fertilizante de alta qualidade. A Prefeitura de Ponta Grossa já estuda o uso desse produto nas ações de paisagismo em áreas públicas da cidade e também a elaboração de um projeto para destinação desse fertilizante para pequenos agricultores.
O secretário defendeu a produção de energia limpa e sustentável no Paraná. “Uma usina como esta resolve dois problemas que atingem a humanidade, com a transformação de resíduos urbanos em energia sustentável e barata”, disse.
O secretário lembrou que o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, elaborou neste ano a Resolução número 08/2021, que define normas para a criação de biodigestores visando a transformação de resíduos agrícolas e industriais em energia.
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PRIMEIRA – Administrada pela concessionária Ponta Grossa Ambiental (PGA), a unidade inaugurada nesta sexta-feira já opera em sua capacidade máxima. A potência instalada de 520KW, com produção contínua, produzirá energia elétrica suficiente para abastecer o equivalente a 2.400 residências. “Em um intervalo de poucas décadas, Ponta Grossa deixou de usar métodos primitivos de descarte de lixo para o que há de mais moderno, inteligente e sustentável”, destacou a prefeita Elizabeth Schmidt.
Um caminhão elétrico fará a coleta diária dos resíduos orgânicos (resto de alimentos, hortifrútis, sementes, óleo de cozinha usado, etc.) e transportará até a UTB. Na usina, o veículo poderá ser descarregado em dois pontos: moega de resíduo limpo (sem contaminantes), ou ser submetido a uma automatizada linha de segregação, com rasga sacos e peneira rotativa, visando retirar eventuais contaminantes (plástico, vidro e metais) misturados com os orgânicos.
O resíduo será direcionado para um pré-tanque, onde será analisado e, estando em condições adequadas, direcionado para os biodigestores. Na UTB foi implantando um dos mais modernos laboratórios de análise de biogás do País, destinado a realizar as análises dos resíduos, o monitoramento dos processos e pesquisas na área.
No interior dos biodigestores, bactérias realizam a digestão da matéria orgânica através de um processo anaeróbico (sem a presença de oxigênio), e nesse processo produzem o biogás – um gás composto por grande quantidade de metano, material altamente combustível. O gás será direcionado para os motogeradores, onde será produzida energia elétrica, a qual será transferida diretamente para a rede da Copel.