Polícia prende médicos suspeitos de reaproveitar materiais cirúrgicos

Ao todo, foram cumpridos 20 mandados judiciais, sendo oito de prisão temporária e 12 de busca e apreensão, de forma simultânea, no Interior do Paraná e no estado de Goiás.
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11/12/2019 - 13:40

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A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu seis médicos urologistas, uma instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais na manhã desta quarta-feira (11) durante a segunda fase da Operação “Autoclave”. O grupo é suspeito de utilizar materiais cirúrgicos irregulares. Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias.

Em entrevista à imprensa, concedida na Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor, o delegado Alexandre Macorin, explicou que durante as buscas em endereços relacionados aos suspeitos, a PCPR apreendeu diversos materiais cirúrgicos descartáveis reaproveitados.

Ao todo, foram cumpridos 20 mandados judiciais, sendo oito de prisão temporária e 12 de busca e apreensão, de forma simultânea, no Interior do Paraná e no estado de Goiás. As cidades-alvo da ação no Paraná foram Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão. Em Goiás, o cumprimento das ordens judiciais ocorrem em Goiânia e Rio Verde.

O delegado Macorin ressaltou que a ação é um desdobramento da Operação “Autoclave”, deflagrada no mês de setembro deste ano, no Interior do Paraná. Na ocasião, a PCPR desmantelou um grupo criminoso envolvido com a adulteração, através de esterilização ilícita, de materiais descartáveis já utilizados por médicos em cirurgias urológicas. “A operação resultou na apreensão de um vasto material reprocessado”, complementa.

Em continuidade às investigações, a PCPR constatou que esses equipamentos cirúrgicos eram vendidos a médicos urologistas do Paraná e Goiás, com claro conhecimento de sua procedência irregular. Os materiais reaproveitados eram utilizados em cirurgias de pacientes particulares, resultando num lucro muito maior aos cirurgiões.

De acordo com Macorin, os materiais que possuem um custo de R$ 1,2 mil eram adquiridos pelos médicos por R$ 250 a R$ 300 e reutilizados muitas vezes. Ressalta-se que todos os equipamentos eram completamente descartáveis e nenhum órgão responsável pela área autoriza esterilização e reuso dos mesmos.

“”Os materiais chegavam até os médicos por meio de funcionários de empresas que vendem esse tipo de equipamento para médicos e hospitais””, enfatizou Macorin. Os alvos da ação serão indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

As oito pessoas presas na ação encontram-se à disposição da Justiça.

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