Polícia Penal do Paraná inaugura showroom dos canteiros de trabalho conveniados no Estado

A ação teve como intuito expor os trabalhos produzidos com a utilização da mão de obra de pessoas privadas de liberdade em canteiros de trabalho externos ou no interior de unidades prisionais. São 9,5 mil pessoas privadas de liberdade participando de alguma atividade laboral promovida pelo Sistema Prisional do Paraná.
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21/10/2022 - 17:50

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O Setor de Produção e Desenvolvimento (Seprod) inaugurou na quinta-feira (20) o showroom dos Canteiros de Trabalho Conveniados da Polícia Penal do Paraná (Deppen) em solenidade no Complexo Penitenciário de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. A ação teve como intuito expor os trabalhos produzidos com a utilização da mão de obra de pessoas privadas de liberdade em canteiros de trabalho externos ou no interior de unidades prisionais.

“Esse showroom é uma possibilidade que nós temos de mostrar para toda sociedade aquilo que é feito dentro da unidade penal. Hoje temos 30% das pessoas privadas de liberdade trabalhando e a nossa meta é chegar, até o final de 2023, com 40% delas exercendo alguma atividade laboral”, disse o diretor-geral da Polícia Penal do Paraná, Osvaldo Messias Machado. 

Ele salientou que o sucesso da medida se deve à integração entre Governo e empresários. “Para realização de tudo isso é necessário um esforço conjunto do governo, de servidores da Polícia Penal e empresários que acreditam no trabalho e trazem suas empresas para dentro das unidades prisionais”, acrescentou.

Atualmente, são 9,5 mil pessoas privadas de liberdade participando de alguma atividade laboral promovida pelo Sistema Prisional do Paraná. Destas, mais de 800 trabalham em órgãos públicos, estaduais e municipais. Já no interior das unidades prisionais, cadeias públicas e escritórios sociais são 263 empresas, instaladas e utilizando essa mão de obra.

“A realização desse showroom é um grande avanço para a Polícia Penal e uma forma de demonstrar a capacidade das pessoas privadas de liberdade em produzir. A sociedade, em geral, não conhece o que é desenvolvido dentro das unidades e isso ajuda a divulgar esses trabalhos. Isso favorece captar mais parceiros e aumentar a quantidade de empresas que ajudam no processo de ressocialização”, afirmou o chefe da Divisão de Produção e Desenvolvimento do Deppen e idealizador deste projeto, Boanerges Silvestre Boeno Filho.

DIVISÃO – O Seprod, da Divisão de Produção e Desenvolvimento da Polícia Penal, é responsável por todos os setores de trabalho que utilizam mão de obra das pessoas privadas de liberdade, através de convênios firmados entre órgãos públicos e instituições privadas.

Somente este ano já foram assinados 175 convênios entre órgãos públicos e empresas. Também houve a aquisição e construção de 28 oficinas, por meio de convênio entre o Ministério da Justiça, pelo Departamento Penitenciário Federal, e a Polícia Penal do Paraná, dentro do Projeto de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Permanentes (Procap). Entre as atividades desenvolvidas nessas oficinas, estão a fabricação de artefatos de concreto, marcenaria, serralheria, costura e panificação.

O desembargador do Tribunal de Justiça e supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Medidas Socioeducativas do Paraná, Ruy Muggiati, declarou seu apoio e frisou a importância do tratamento penal na reinserção social do detento.

“O trabalho é um direito de todas as pessoas que estão encarceradas, mas é também um instrumento para o reconhecimento da dignidade, além de ser uma oportunidade de aprender uma qualificação. Quando saírem das unidades prisionais, essas pessoas terão aumentado a possibilidade de conseguir um emprego e garantir, com dignidade, o sustento da sua família”, disse.

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