Policiais do 20º Batalhão de Polícia Militar apreenderam um balão, de cerca de 200 metros, que atravessou a cidade de Curitiba na manhã deste domingo (25). O artefato caiu entre uma casa, uma empresa que trabalha com gás e uma fábrica de papel e impressora no bairro Boqueirão, ao lado de um pequeno mercado, por volta das 11 horas.
As equipes policiais acompanharam o balão desde o bairro Juvevê, com o intuito de agir rapidamente caso ele caísse.
No local da queda, foi preciso a atuação de quase 10 viaturas da PM, um caminhão do Corpo de Bombeiros para controlar o fogo, além do acompanhamento aéreo de um helicóptero do Batalhão de Polícia Militar do Operações aéreas (BPMOA). Isso foi necessário porque várias pessoas se aproximaram do local por curiosidade (e poderiam se ferir) ou para pegar/resgatar o objeto, que chamava atenção pelo tamanho, cores e desenhos.
De acordo com o comandante do Policiamento de Unidade (CPU) do dia, tenente Carlos Eduardo Jorge Zeck, as equipes visualizaram o balão no bairro Juvevê, que passou pela Linha Verde e caiu já no bairro Boqueirão.
"O artefato caiu na Rua O Brasil para Cristo, próximo a uma empresa, uma casa e uma indústria de papel e impressora, perto de várias residências e comércios. Começou a pegar fogo ainda no ar, antes de cair, e acionamos o Corpo de Bombeiros, que conseguiu apagar rapidamente. Ele começou a se consumir e danificar os telhados e fachadas das casas”, disse.
Como havia muitas pessoas no local, a PM fez um isolamento da quadra com uso de viaturas e policiais, deixando apenas o Corpo de Bombeiros passar.
“Aproximadamente mil pessoas estavam no local fazendo aglomeração, algumas acabaram desacatando as equipes, pois queriam pegar o balão, e foi necessário umas 10 equipes da PM para fazer o isolamento do local e para dispersar todos”, acrescentou.
Após o controle do fogo e das pessoas, de acordo com o tenente Zeck, o balão foi apreendido e entregue na sede do Batalhão de Polícia Ambiental-Força Verde (BPAmb-FV), em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A Copel também foi acionada para a retirada dos fios da cauda do artefato, que ficaram enroscadas nos fios elétricos de quase duas quadras.
Ainda segundo o tenente Zeck, é de extrema importância que esse tipo de artefato seja apreendido, pois podem causar grandes acidentes. “Além de ser um crime ambiental, esse tipo de balão causa acidentes, se não fosse recolhido seria reutilizado e, nessa situação, se não fosse a PM e o Corpo de Bombeiros o fogo teria se alastrado nas empresas ao redor, causando grandes danos aos proprietários e às pessoas que moram na região", disse.
Ele afirmou que o balão mede, aproximadamente, 200 metros, sendo cerca de 50 metros do balão e 150 metros de cauda. A partir de agora o artefato fica com a Polícia Ambiental, que esteve no local para coletar informações sobre a soltura. O órgão fará diligências para descobrir a origem, além de destruir o material em seguida. A PM vai trabalhar para identificar o proprietário posteriormente.
CRIME AMBIENTAL – Soltar balão é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), Art. 42, a qual proíbe a “fabricação, venda, transporte ou soltura de balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano", sob pena de detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Outro exemplo recente envolvendo balões aconteceu no dia 10 de julho deste ano em uma fazenda em Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba. Na ocasião, uma equipe da Rondas Ostensivas Tático Motorizado (Rotam), do Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde (BPAmb-FV) abordou um grupo que preparava a soltura de um balão de mais de 35 metros de altura.
No dia, cinco pessoas foram presas em flagrante, além de serem destruídos o balão apreendido e diversos materiais e equipamentos utilizados na fabricação e soltura. Também foram aplicados cinco autos de infração ambiental (AIAs), totalizando R$ 50 mil.
“Entendemos a questão alegórica e até mesmo cultural da soltura de balões nesta época de festa junina ou julina, mas nossa orientação é que as pessoas não utilizem destes artefatos que, assim como fogos de artifício, trazem riscos para o meio ambiente e para as pessoas, e é crime. O trabalho da Polícia Ambiental é preventivo e a proteção ao meio ambiente necessita de um maior rigor. Portanto, se houver o flagrante a lei vai se sobressair”, afirmou a porta-voz do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde, tenente Maria Cecília Marçal Neumman.