A Polícia Civil do Paraná (PCPR) alerta a população sobre a importância da comunicação imediata de desaparecimento de crianças. O registro do boletim de ocorrência na delegacia mais próxima deve ser o primeiro passo para o início da busca pela vítima. No ano passado, 169 crianças desapareceram no Paraná e todos os casos foram solucionados.
A orientação é reforçada no Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, nesta terça-feira, 25 de maio. A data foi instituída em homenagem ao caso de Etan Patz, um menino de 6 anos que desapareceu nas ruas de Nova Iorque (EUA), enquanto voltava da escola, em 25 de maio de 1979.
A comunicação à PCPR deve ser feita assim que o desaparecimento for percebido, explica a delegada Patrícia Paz. “Os primeiros minutos são cruciais. A velocidade na comunicação pode acelerar a localização da criança. Se acaso a vítima for encontrada também pedimos para um familiar dar a baixa no boletim de ocorrência”, destaca.
Informações sobre horário de desaparecimento, local e roupa utilizada pela criança são fundamentais para iniciar a investigação. Uma das primeiras ações dos policiais civis é divulgar a imagem da criança desaparecida.
LEI – A urgência para o registro de ocorrências consta na lei 11.259 de 2005 – mais conhecida como lei da busca imediata. Ela acrescenta um dispositivo ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determinando que a investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes seja realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, polícias rodoviárias e companhias de transporte interestaduais e internacionais.
Todos os registros de desaparecimento de crianças feitos no Paraná são investigados pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas da PCPR. Atualmente, existem 27 inquéritos em andamento para localização de crianças. O desaparecimento mais recente ocorreu em 2017 e o mais antigo é de 1986.
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ENVELHECIMENTO – Para que a busca continue ativa ao passar dos anos, a PCPR trabalha com o procedimento de envelhecimento da fotografia. Essa atualização do desaparecido para a idade atual é essencial para auxiliar a localizar a vítima. Os cartazes com a progressão de idade ficam disponíveis na página da PCPR destinada às crianças desaparecidas. O trabalho é feito por um papiloscopista e colabora para que denúncias sejam feitas pela sociedade durante a investigação.
ALERTA – A cada dois dias uma criança desaparece no Paraná. Para evitar desaparecimentos e o sofrimento de uma perda, a delegada Patrícia Paz destaca medidas de segurança para pais, responsáveis e a sociedade. “É preciso estar atento aos movimentos da criança. Elas são rápidas e podem fugir de um ambiente controlado em pouco tempo. A atenção dos pais deve ser redobrada”, afirma Patrícia.
Mesmo que a criança esteja em casa utilizando o computador ou celular também é necessário haver monitoramento dos responsáveis. “Pedófilos se aproveitam do anonimato na internet para aliciar crianças. O uso da internet deve ser monitorado”, alerta.
A comunidade também pode colaborar na segurança das crianças, estando atenta a possíveis situações de violência e negligência. As pessoas têm o dever de zelar por crianças e adolescentes, e devem registrar denúncias através dos canais de atendimento, discando 190 ou 181.
LISTA – No Paraná, o website www.desaparecidos.pr.gov.br/desaparecidos/ traz a lista de crianças, adolescentes e adultos desaparecidos. Na lista de menores de 12 anos existem crianças já localizadas porque os responsáveis ainda não deram baixa no boletim de ocorrência. O procedimento é obrigatório e a PCPR solicita que os responsáveis se dirijam à delegacia mais próxima para que a criança seja retirada da lista.