Polícia Científica apresenta experiência de duas décadas em conferência internacional

Instituição, que completa 20 anos neste domingo, tem se destacado em áreas como crimes ambientais e de perfis genéticos. A Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos colaborou para a solução de 117 casos nos primeiros seis meses de 2021.
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24/10/2021 - 17:20

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Considerado um dos maiores eventos mundiais do setor, a edição 2021 da InterForensics, conferência internacional bianual realizada pela Academia Brasileira de Ciências Forenses, será sediada no Paraná. O encontro acontecerá de 2 a 5 de novembro, com apoio da Polícia Científica do Estado, reunindo palestrantes nacionais e internacionais.

A experiência paranaense será compartilhada nos painéis de perícia humanitária, crimes ambientais, perícias de trânsito e crimes cibernéticos.

“Chegando aos 20 anos, completados neste domingo (24), a Polícia Científica do Paraná possui uma base muito sólida de conhecimento que está sendo alimentada por nossos profissionais. Através da ciência, temos alcançado bons resultados e nosso papel na sociedade tornou-se indispensável”, avaliou o diretor-geral da Polícia Científica, Luiz Rodrigo Grochocki.

Ele destacou a evolução obtida pela instituição em várias áreas, como a Seção de Crimes Ambientais, setorizada desde 2019. Essa divisão do Instituto de Criminalística atua no campo relativo aos crimes envolvendo a fauna, a flora e demais recursos naturais.

“A coleta dos vestígios pela Perícia Ambiental é um fator crucial em diversos casos judiciais, podendo definir se tal ato foi ou não ilegal, além de poder contribuir com a rigidez da pena, ou mesmo com a absolvição do envolvido”, explicou o diretor da Polícia Científica.

Já quando o caso envolve o material humano, mais especificamente o DNA, a Polícia Científica do Paraná tem se destacado em processos criminais e de investigação por meio do compartilhamento e comparação de perfis genéticos.

O Paraná possui um banco de DNA integrado com laboratórios de todo o Brasil, que dispõe de mais de 110 mil perfis genéticos, sendo 5.582 mapeados pelo Estado.

Um dos casos mais emblemáticos solucionados pela Polícia Científica paranaense foi o Rachel Genofre, uma menina de 9 anos encontrada morta na rodoviária de Curitiba em novembro de 2008, que teve grande repercussão nacional. O caso só foi elucidado em 2019, quando o assassino de Rachel foi identificado por um exame de DNA. “A integração do banco do Paraná com outros estados permitiu esta solução”, lembrou Grochocki.

Só nos primeiros seis meses deste ano, a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG) colaborou para a solução de 117 casos. Parte dos perfis genéticos são oriundos do material coletado semanalmente de presos que cometeram crimes hediondos.

A Polícia Científica também promove campanhas de coleta de DNA de pessoas que possuem familiares desaparecidos, para facilitar a localização destas pessoas em qualquer parte do País.

MUSEU – Também faz parte da história da Polícia Científica, o Museu de Ciências Forenses do Paraná, criado em 1970, antes mesmo do estabelecimento oficial unidade no Paraná. O espaço reúne peças de crimes marcantes e de mortes misteriosas, além de elementos que contam a história da Polícia Científica e do serviço que ela presta.

Há 20 anos, no dia 24 de outubro de 2001, a Polícia Científica do Paraná surgiu com a união do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico Legal (IML).

A instituição mais antiga é o IML, que funciona desde 1892. O IC surgiu em 1935, com o nome de Laboratório de Polícia Técnica do Paraná. Ambos eram integrados à Polícia Civil até a criação da Polícia Científica, subordinada à Secretaria da Segurança Pública (Sesp).

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