O Governo Federal divulgou nesta quarta-feira (17) o Plano Safra 2020/2021 com a destinação de R$ 236,3 bilhões para apoiar a produção agropecuária de pequenos, médios e grandes produtores.
Esse volume é 6,1% superior ao disponível para a safra 2019/20, que se encerra no final deste mês. Também haverá redução nas taxas de juros aplicadas sobre os recursos para as atividades no campo.
“Em que pese a possibilidade de fazer crítica aqui ou acolá, o Plano Safra anunciado parece bastante realista”, afirmou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Espero que a gente tenha um bom ano com esse apoio da política agrícola federal.”
O primeiro aspecto analisado por ele é a resposta que o plano dá em relação ao aumento de custos da agricultura, sobretudo em decorrência da valorização do dólar, que impacta em alguns insumos. “Temos redução importante da taxa de juros nas várias linhas”, destacou Ortigara. Para agricultores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a taxa de juros foi reduzida de 3 a 4,6% para 2,75% a 4%, enquanto o volume de crédito é 5,7% maior, chegando a R$ 33 bilhões.
MÉDIOS - Os produtores do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) terão o maior aumento de recursos para custeio e investimentos, com 25,1% a mais que na safra 2019/20, chegando a R$ 33,12 bilhões. A taxa de juros foi reduzida de 6% para 5%. “Muitos produtores que eram pronafianos passaram a ser médios e agora podem contratar um pouco mais de gente”, disse o secretário da Agricultura.
No caso dos demais produtores e cooperativas, houve redução de dois pontos porcentuais na taxa de juros, ficando em 6%. A eles, o Plano Safra destinou R$ 170,17 bilhões. “Eventualmente, alguns setores poderão reclamar que poderia ter caído mais em razão da queda importante da taxa de juros básica da economia Selic”, ponderou Ortigara. “Mas para os investimentos, de forma geral, há uma redução importante no custo do dinheiro”.
SEGURO - O secretário destacou, ainda, o aumento de R$ 300 milhões na subvenção ao prêmio do seguro rural, que terá R$ 1,3 bilhão disponível para a próxima safra. “Esse é um importante instrumento que vem ganhando espaço na política agrícola nacional”, ressaltou.
Por entender essa importância, o Paraná tem um programa de seguro rural complementar ao federal. Para a atual safra foram destinados R$ 15 milhões. Os recursos ficam à disposição dos produtores para proteger várias lavouras. Auxiliar em casos de perdas climáticas, o programa é, neste instante, alternativa para redução de prejuízos devido à pandemia do novo coronavírus
Para Ortigara, também merece destaque o apoio que o plano dá à inovação. O Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro) terá volume de recursos 33,3% maior, de R$ 2 bilhões. “Está em alinho com a agricultura 4.0, o crescimento do refinamento da agricultura de precisão, a produção de bioinsumos, especialmente na questão do controle biológico de pragas e doenças, que substitui os químicos tradicionais”, disse.
O plano prevê também aumentos de recursos para programas de irrigação, produção em ambiente protegido, modernização da agricultura e conservação de recursos naturais. “São linhas importantes que financiam coisas que a agricultura precisa cada vez mais introduzir na área de avicultura, suinocultura, peixe, leite, toda forma de inovação para financiar o produtor”, afirmou Ortigara.