Pesquisadores e professores universitários debatem perspectivas raciais na ciência

A iniciativa compõe a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) e envolveu pesquisadores de diferentes áreas em quatro painéis. Entre os assuntos abordados pelos palestrantes esteve a reflexão sobre os conhecimentos trazidos pelos povos escravizados.
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23/03/2024 - 08:50
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Valorizar a contribuição da população negra e debater políticas afirmativas e de promoção da equidade no contexto do desenvolvimento científico e tecnológico foram algumas das pautas discutidas durante a Conferência Livre. O evento, com tema Perspectivas Raciais, foi realizado nesta sexta-feira (22). Ele teve apoio do Governo do Estado do Paraná.

A iniciativa compõe a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) e envolveu pesquisadores de diferentes áreas em quatro painéis. Entre os assuntos abordados pelos palestrantes esteve a reflexão sobre os conhecimentos trazidos pelos povos escravizados, como técnicas especializadas e experiências desenvolvidas no continente africano.

Além de enriquecer a programação do evento nacional, o debate proporcionou a disseminação do conhecimento e ampliou os pontos de vista convencionais da discussão da ciência e tecnologia.

O tema subvalorização da ciência produzida por grupos de pessoas negras ou de outros estratos historicamente marginalizados também foi uma das abordagens. Os painéis foram apresentados, respectivamente, pelo professor Ivo Queiroz, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), e pela professora Claudemira Vieira Gusmão Lopes, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O professor Delton Aparecido Felipe, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), falou sobre as políticas de cotas raciais e a importância de inserir pessoas com realidades distintas para o aprimoramento do conhecimento científico. O pesquisador ressaltou, ainda, a atuação das iniciativas de permanência e como uma produção acadêmica mais diversa pode contribuir com a sociedade.

O último painel do evento, ministrado pela doutora em Educação pela UFPR, Dalzira Maria Aparecida, tratou da territorialidade e a importância dos terreiros de candomblé para a preservação da cultura e dos conhecimentos advindos e construídos pelos povos africanos. Trata-se de uma abordagem inovadora no contexto da ciência e tecnologia por envolver temáticas como espiritualidade, medicina, meio ambiente e agricultura em um mesmo estudo.

A pesquisadora ressaltou a importância de construir ferramentas como as conferências para apresentar discussões e temas com o objetivo de conquistar melhorias na qualidade de vida de maneira autônoma. “Tenho a expectativa que nós consigamos implementar as nossas ideias, construídas com toda uma bagagem de luta no decorrer dos anos, de maneira independente e, assim, conseguir ampliar o alcance da tecnologia e da ciência para todos”, destacou.

O evento reuniu em torno de 200 pessoas durante a transmissão ao vivo realizada pelo canal do YouTube da Universidade Virtual do Paraná (UVPR). O conteúdo foi gravado e permanecerá disponível para acesso.

PARCERIAS – A 5ª Conferência Estadual da Ciência, Tecnologia e Inovação do Paraná será realizada nos dias 3 e 4 de abril, em Curitiba. O evento será coordenado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), e terá a parceria da Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), da Fundação Araucária de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná e da UTFPR.

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