Pesquisadores das universidades estaduais do Paraná foram contemplados com 165 bolsas de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O valor total ultrapassa a marca de R$ 10,4 milhões, oriundos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Parte desses recursos será aplicada, exclusivamente, em despesas relacionadas à execução dos respectivos projetos.
Desse montante, R$ 9,9 milhões foram aprovados na modalidade Pesquisa (PQ) e R$ 528 mil na categoria Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT). O período de duração das bolsas varia de 36 a 60 meses, com valores mensais entre R$ 1.100 e R$ 1.500, de acordo com as categorias e níveis de enquadramento dos pesquisadores.
O objetivo é incentivar a produção científica, tecnológica e de inovação em todas as áreas do conhecimento, considerando o rigor e o método científico, entre outros princípios essenciais para a produção do conhecimento. A avaliação do CNPq considerou critérios como o caráter inovador dos projetos, assim como a relevância e contribuição para o desenvolvimento científico, tecnológico e social do Brasil.
Somando R$ 4,1 milhões, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) vai desenvolver 57 projetos, sendo dois em DT. Na sequência, com R$ 2,9 milhões, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) aprovou 47 pesquisas, duas na modalidade DT; e com R$ 1,5 milhão, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) tem 30 projetos (um em DT).
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) vai receber 16 bolsas (três em DT), no valor total de R$ 882 mil, enquanto a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) teve 10 pesquisadores selecionados (dois projetos em DT), somando R$ 772 mil. Já as universidades estaduais do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) foram contempladas com uma bolsa de pesquisa no valor de R$ 39,6 mil, cada.
EXEMPLOS – Doutor em Genética e Evolução, o professor Roberto Artoni, do Departamento de Biologia Estrutural, Molecular e Genética da UEPG, enfatiza o papel dessas bolsas no processo de interiorização do ensino superior e da pesquisa científica. “Apesar de desfrutarmos de um sistema de ciência, tecnologia e inovação bastante reconhecido, a interiorização do conhecimento e a inclusão cada vez maior de pesquisadores nessas regiões é um motivador em meio a condições um tanto quanto aquém das universidades de destaque no Brasil”, afirma.
Bolsista de produtividade há mais de 15 anos, ele acredita que esse apoio é importante para buscar mais projetos e alunos com perfil para a pesquisa, agregando também ao trabalho desenvolvido por colegas de outras universidades, inclusive instituições de fora do Brasil.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEM, professor Luiz Fernando Cótica, destaca o valor da produção científica para a sociedade. “Por meio dos pesquisadores são desenvolvidas novas tecnologias e encontradas curas para doenças, a exemplo da Covid-19, zica e dengue, além de soluções ambientais e em áreas como química, engenharias, eletrônica, nanotecnologia e inteligência artificial”, elenca.
Outras instituições paranaenses de ensino superior, públicas e privadas, também figuram na lista de bolsas de produtividade aprovadas. Toda a produção científica resultante dos projetos apoiados será, preferencialmente, publicada e depositada em periódicos e repositórios eletrônicos de acesso público, juntamente com dados científicos e materiais suplementares.
RURAL – Além de pesquisadores das universidades, essa Chamada Pública do CNPq também contemplou um estudo de Fitopatologia (ciência que estuda as doenças das plantas), proposto pela engenharia agronômica Andressa Cristina Zamboni Machado, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). Ela vai receber uma bolsa de R$ 39,6 mil para desenvolver um projeto de pesquisa sobre o agente causador da síndrome da haste verde e retenção foliar no Brasil, uma condição associada aos distúrbios fisiológicos causados nas plantas.