A pesquisadora Fernanda Soares Rasquel de Oliveira está desde outubro do ano passado nos Estados Unidos, fazendo doutorado sanduíche no Laboratório de Pesquisa em Biologia Vascular no Boston Children’s Hospital, afiliado da Harvard Medical School. A jovem pertence ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Durante um ano ela fará estudos pré-clínicos em camundongos para testes de alívio da dor e inflamação em casos de endometriose (doença inflamatória provocada por células do endométrio). Depois disso, ela retorna ao Brasil para continuar a pesquisa no Laboratório de Dor, Inflamação, Neuropatia e Câncer (Ladinc), do Centro de Ciências Biológicas (CCB).
Aos 27 anos, Fernanda tem percurso acadêmico todo na UEL e um currículo invejável para qualquer pesquisador. Ela iniciou o curso de Biomedicina em 2013 e já no segundo ano da graduação começou na Iniciação Científica (IC) sob orientação do professor do Departamento de Ciências Patológicas, Waldiceu Aparecido Verri Junior, no Ladinc, em estudos sobre artrite em camundongos.
Em 2015, participou do último edital do Ciência Sem Fronteiras (CsF) na universidade, oportunidade em que fez um ano de graduação em New Jersey e três meses de estágio na Califórnia, ambos nos EUA.
Retornou ao Brasil para finalizar a graduação e, em 2018, foi aceita no mestrado do Programa de Patologia Experimental, do Centro de Ciências Biológicas (CCB). As pesquisas seguiram sobre a artrite e, em 2020, foi aprovada no doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, aprofundando a pesquisa sobre artrite infecciosa, induzida por bactérias em camundongos.
Com a experiência anterior nos Estados Unidos e pelo incentivo do orientador Waldiceu, ela participou de quatro editais de bolsa sanduíche. Optou pelo de Boston, que já tinha recebido outros quatro pesquisadores da UEL. Devido à seleção, Fernanda Soares é bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A jovem doutoranda se diz muito realizada pela experiência e incentiva outros pesquisadores a fazer o mesmo. “No geral, as pessoas têm interesse de vir para o Exterior. Minha sorte foi ter o professor Waldiceu como orientador e ele ser mentor e dar muito incentivo. É muito importante procurar orientadores que valorizam isso”, afirma. Recentemente, o professor foi eleito “mentor” da ciência pela Revista Nature, um dos maiores periódicos científicos do mundo.
INTERCÂMBIO – Segundo Fernanda Soares, o que une o laboratório brasileiro e o americano é a pesquisa em dor e a inflamação. O laboratório dos EUA tem foco maior nos estudos vasculares e Fernanda leva da UEL a experiência com estudos sobre dor. A relação poderá trazer contribuições relevantes para a tese a ser desenvolvida nos próximos anos.
Neste pouco tempo que está no país da América do Norte, a estudante afirma que já pode ver como há mais recursos disponíveis para a estrutura da pós-graduação. Em Boston, ela pôde fazer, por exemplo, ensaios que não tinha condições de fazer no Brasil. “O que vim fazer foi adquirir conhecimento e aproveitar recursos disponíveis para a pesquisa, além de fazer contato com outros pesquisadores”, afirma.