Pesquisa mapeia morfologia de atletas dos Jogos da Juventude

Levantamento do Instituto Paranaense de Ciência do Esporte (IPCE) fornece dados para os técnicos utilizarem em avaliações e planejamento de treinamento e desempenho de seus atletas, além de embasar pesquisas em áreas relacionadas à saúde e desempenho esportivo.
Publicação
02/10/2019 - 09:30
Editoria

Confira o áudio desta notícia

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Paranaense de Ciência do Esporte (IPCE) – autarquia da Secretaria da Educação e do Esporte – está mapeando a morfologia dos atletas dos Jogos da Juventude do Paraná (Jojups). O objetivo é fornecer dados para os técnicos utilizarem em avaliações e planejamento de treinamento e desempenho de seus atletas, além de embasar pesquisas em áreas relacionadas à saúde e desempenho esportivo.

De acordo com o diretor de Inovação do IPCE, Antonio Carlos Dourado, também professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), a coleta de dados acontece na fase final das competições desde 2017 e está prevista até 2021. O intuito é criar um quadro morfológico de cerca de mil atletas no período e com o foco, em 2019, em ampliar o levantamento nas modalidades individuais, em especial a natação e o atletismo.

Cada esportista passa por três avaliações. A bioimpedância, que calcula a composição corporal em relação à massa magra, taxa de gordura e quantidade de líquido presente no corpo; saltos, que indicam força e potência de membros inferiores; e preensão manual, que mede a força de membros superiores.

Esses indicadores, quando analisados em conjunto e no contexto do desenvolvimento de cada jovem, auxiliam os treinadores nas decisões a respeito de como trabalhar habilidades e mudanças na ferramenta de trabalho principal de um esportista: o corpo.

“É uma referência, não há uma medida de estrutura para cada modalidade ou mesmo para o atleta em geral, mas os dados dão embasamento para monitoramento e controle do desempenho dos atletas adolescentes do Estado”, explicou Dourado. Segundo ele, todo jovem que passa pela avaliação já sai com suas medidas para que possam ser usadas pelos técnicos.

NA PRÁTICA - O time de handebol feminino de Sarandi foi um dos que participaram do estudo em anos anteriores. De lá para cá, o treinador Edmilson Santos disse que passou a utilizar esses dados e que isso mudou a forma de planejar seu trabalho. “Essas avaliações nos deram uma real noção de necessidades dos atletas. Tive a clareza de que uma goleira não precisa correr o mesmo que uma ponta vai correr, então posso planejar um treino semelhante com objetivos diferentes”, destacou.

Ele acrescentou que o acesso a essas medições nem sempre é fácil, mas o contato com elas fez com que pesquisasse mais a respeito e incluísse outros testes para melhorar o monitoramento das suas jogadoras. Hoje ele encara esses dados morfológicos como fundamentais para traçar o perfil de suas atletas. Além disso, considera que são um fator de motivação para elas, porque proporcionam um treinamento personalizado e trazem um resultado expressivo.

Vinícius Carvalho, treinador da equipe da natação de Londrina, explicou que usa dados morfológicos para monitorar o programa de treinamento de seus atletas desde 2013. De três em três semanas o treino é readequado, tendo como base o desempenho e os indicadores de cada nadador. “Buscamos entender o quanto eles estão ou não evoluindo, baseados no programa que a gente está realizando. Por isso essas coletas de medidas são importantes, no sentido de entender se o treinamento é efetivo, se está com algum problema ou precisa algum ajuste”.

Nesta edição dos Jojups, a equipe de Carvalho teve seus dados coletados para o mapeamento do IPCE. Segundo o professor, uma base de dados maior é importante porque torna possível identificar o padrão de um grupo. “A nossa participação visa contribuir com esse estudo, ele vai facilitar para nós, treinadores, entendermos como devem ser o aspecto e as características dos atletas no geral e específicas de cada modalidade”.

O mapeamento já gerou duas dissertações de mestrado e tem potencial para ser utilizado em muitos outros trabalhos acadêmicos e práticos. “No IPCE a gente prima por estimular o estudo com atletas e essa foi uma das oportunidades que abrimos. Então, nós temos várias pesquisas sendo desenvolvidas em parceria com diferentes instituições”, explicou Dourado.

A 32ª edição dos Jogos da Juventude do Paraná (Jojups), Divisão A, é uma realização do Governo do Estado, por meio da Superintendência do Esporte, com o apoio da Prefeitura de Londrina.

GALERIA DE IMAGENS