Líderes de duas comunidades pesqueiras do entorno dos Portos do Paraná, representantes das ilhas de Eufrasina e Amparo, participaram da oficina de educação ambiental com a tripulação a bordo da embarcação que faz a dragagem de manutenção dos Portos de Paranaguá e Antonina.
Esta é a primeira vez que a população visita uma draga nos portos paranaenses. “Nosso objetivo é mostrar como o equipamento funciona e explicar que a dragagem é essencial para atividade portuária. Queremos manter transparência na relação com os pescadores”, diz a bióloga e analista portuária da Diretoria de Meio Ambiente da empresa pública Portos do Paraná, Jaqueline Dittrich.
“Em 55 anos, esta é a primeira vez que conhecemos uma draga. Agora vamos contar o que vimos aqui para a nossa comunidade que nunca havia recebido esse convite. O que eu já vi é que a dragagem não acontece do jeito que o povo costuma falar por aí”, diz Osmail Pereira do Rosário, o Maíco, da comunidade da Ilha do Amparo, onde moram 148 famílias.
PROGRAMA - A ação está inserida no Programa de Educação Ambiental da empresa Portos do Paraná, uma das medidas executadas pela Licença de Operação dos portos – a mesma que autoriza a Licença para obras de dragagem de manutenção.
Os pescadores acompanharam um ciclo completo de dragagem, até o despejo dos sedimentos, a mais de 20 quilômetros da Ilha da Galheta e da Ilha do Mel. A área é definida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com base em estudos de correntes e outros aspectos climáticos.
EDUCAÇÃO - Outra atividade que os líderes comunitários acompanharam foi a ação de Educação Ambiental voltada aos tripulantes da draga. “Na oficina, falamos sobre a Baía da Paranaguá, os aspectos geográficos e a complexidade do nosso ecossistema, os manguezais e nossa fauna. Também destacamos a importância da gestão dos resíduos a bordo da draga e da responsabilidade ambiental dos trabalhadores da draga”, explica a bióloga.
Segundo o coordenador dos Programas de Educação Ambiental e Comunicação Social da empresa contratada para a dragagem dos portos do Paraná (DTA Engenharia), Mauro Scazufca, a ideia é aproximar a comunidade. “Queremos criar uma integração entre a operação, os trabalhadores e a comunidade, não apenas cumprir o que exige a legislação ambiental, mas indo além para que a dragagem seja desmitificada”.
DRAGA – O programa de dragagem de manutenção continuada dos Portos do Paraná, contratado para os próximos cinco anos, tem objetivo de manter a profundidade nos acessos marítimos.
Os pescadores foram a bordo da draga chinesa Xin Hai Hu 09, uma das embarcações que trabalha nos portos. Além de dragar o canal de acesso e a bacia de evolução do Porto de Antonina, as atividades do programa de dragagem de manutenção continuada também serão feitas no canal de acesso, bacias de evolução e berços do cais comercial do Porto de Paranaguá (áreas Alfa, Bravo, e Charlie).
O volume total de sedimentos a serem retirados do fundo do mar, nos dois portos, é de quase 22 milhões de metros cúbicos. O investimento é de R$ 403 milhões.
DRAGAGEM – Para dragar as áreas determinadas, as embarcações usam dois tubos de sucção. Enquanto dragam, esses tubos são baixados até o fundo do mar, fazendo os movimentos de arrasto para sugar os sedimentos, através de bombas centrífugas, e soltar na cisterna do equipamento.
Com a cisterna cheia, os tubos de sucção voltam a bordo do navio e a draga faz a viagem até a área de descarte.
A draga Xin Hai Hu 09 é do tipo autotransportadora Hopper e tem capacidade para carregar até dez mil metros cúbicos por viagem. A embarcação – que leva a bordo 38 tripulantes - é considerada de grande porte.
A outra embarcação que trabalha no programa é a embarcação holandesa Seine, de médio porte, que carrega até cinco mil metros cúbicos em sua cisterna. Nesta, são 14 tripulantes.
Durante as campanhas de dragagens de manutenção - como determina o Plano de Controle Ambiental, aprovado pelo Ibama, são executados programas de comunicação, educação e monitoramentos ambientais.
Para esta campanha, a empresa pública desenvolve programa de comunicação social; programa de educação ambiental, programa de monitoramento da qualidade das águas; programa de monitoramento da qualidade dos sedimentos; e programa de monitoramento do volume dragado.