Perfuração de poços pela Sanepar garante abastecimento em várias cidades do Paraná

Até o final de 2024, a Sanepar perfurará cerca de 40 poços para captação de água subterrânea nos principais aquíferos do Paraná. A perfuração de poços é uma das saídas para driblar a falta de chuvas, que tem sido um grande desafio para o abastecimento público.
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06/12/2024 - 14:00
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Para levar água tratada de qualidade a mais famílias paranaenses, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) perfurou e está perfurando poços artesianos em sistemas de várias regiões do Estado. São contemplados municípios como Cambira, Rancho Alegre, Santana do Itararé, Cruz Machado, General Carneiro, Goioerê, Corbélia, Dois Vizinhos, Apucarana, Jandaia do Sul, Rosário do Ivaí e Ivaiporã.

Até o final de 2024, a Sanepar perfurará cerca de 40 poços para captação de água subterrânea nos principais aquíferos do Paraná. A perfuração de poços é uma das saídas para driblar a falta de chuvas, que tem sido um grande desafio para o abastecimento público. "Vamos investir cerca de R$ 20 milhões", comenta o diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley.

No Norte Pioneiro, em Santana do Itararé, um poço com expectativa de suplementar em 600 mil litros a produção diária do sistema deve garantir o abastecimento para os próximos anos. Também na região, entrou em operação nesta semana um poço em Rancho Alegre, igualmente para complementar a produção e minimizar os impactos da estiagem no abastecimento.

No Vale do Ivaí, um poço perfurado no Aquífero Guarani, com vazão de 65 mil litros por hora, já representa mais de 50% da demanda de produção atual no município de Cambira. Em Apucarana, a Sanepar perfurou três poços em 2024, os quais garantem um aumento de 21% na capacidade de produção. Ainda foi colocado em operação um poço no distrito Pirapó, que traz à localidade autonomia no abastecimento.

Emergencialmente entrou em operação um poço em Jandaia do Sul. A unidade tem vazão de 90 mil litros por hora – 50% do volume atualmente captado no Rio Marumbizinho, de 180 mil litros por hora, cujo nível reduziu drasticamente com a estiagem. Para Rosário do Ivaí está programada para os próximos dias a perfuração de um poço junto da captação do Rio da Escrita, em parceria com a Sanepar, Prefeitura e Instituto Água e Terra (IAT).

Na próxima semana, inicia em Ivaiporã a perfuração de um poço que ajudará a complementar a captação do Rio Pindaúva, que também vem sofrendo com a perda de vazão devido à estiagem severa na região.

Nas regiões Oeste e Sudoeste, foi perfurado poço no município de Corbélia com vazão de 30 mil litros de água por hora. O manancial subterrâneo foi planejado para atender a demanda futura da cidade.

Em Dois Vizinhos, a Sanepar concluiu em agosto o poço que mais trouxe desafios para a empresa. Para romper o solo rochoso e chegar ao leito do Aquífero Guarani, a Companhia usou um sistema idêntico ao da extração de petróleo. O poço que tem mais de 1 km de profundidade deve produzir de 200 a 250 mil litros de água por hora, o que representa um incremento de 60% à produção na cidade.

Na região de União da Vitória, poços vão assegurar a regularidade no abastecimento de água para os municípios de Cruz Machado e General Carneiro. Em General Carneiro, o poço já está em funcionamento e a vazão de 55 mil litros por hora dobrou a capacidade de produção do sistema.

“A operacionalização e interligação dos poços em Cruz Machado e em General Carneiro, assim como os poços que a Companhia opera em outros sistemas, dá a possibilidade de mantermos a quantidade necessária e a qualidade de água para o abastecimento dos municípios, trazendo qualidade de vida para a população, uma das premissas da Sanepar”, ressalta o gerente da Sanepar na região de União da Vitória, Antônio Marcos Vieira.

ESTIAGEM – Boa parte desses poços são executados em regiões atingidas pela estiagem que o Paraná está vivendo em 2024, de acordo com o Decreto Estadual nº 7.258, em vigor desde 04 de setembro, que declarou Situação de Emergência em vários municípios e instituiu a tomada de ações urgentes para enfrentamento da escassez de chuvas em várias frentes, dentre elas o abastecimento. O decreto prevê que não apenas a Sanepar mas todos os órgãos estaduais se mobilizem e atuem em ações de resposta à estiagem.

“Estamos atendendo as emergências, de acordo com o Decreto, para tentar resolver os impactos da crise hídrica neste período. Em Goioerê, por exemplo, entraram em operação este ano dois novos poços para reforçar o abastecimento. Ambos acrescentam cerca de 550 mil litros por dia à produção do sistema”, informa a gerente da Sanepar na região de Campo Mourão, Araceli Eliane Pendiuk Stela.

“A estiagem tem levado vários municípios a declarar situação de emergência. Mas não só os sistemas de água ficam comprometidos: também setores como agricultura e pecuária são impactados, com grandes prejuízos econômicos. Toda a cadeia produtiva sofre”, explica Bley. “Mesmo assim, a Sanepar e o Governo do Estado têm trabalhado incansavelmente e direcionado investimentos a fim de amenizar os efeitos da falta de chuvas”.

Bley relembra, ainda, os impactos das altas temperaturas na distribuição de água e no consumo. “Temos vivenciado temperaturas muito acima das médias históricas registradas, não só no Paraná como em outros estados e até em outros países. Aliadas à estiagem, as temperaturas altas também são consequência da crise climática vivida em todo o mundo e interferem diretamente no abastecimento, pois o consumo de água durante os dias de calor é alto, pode chegar em até 20% acima do normal”, cita.

O diretor-presidente reforça que, em momentos assim, é essencial que a população compreenda e colabore ainda mais. “As pessoas precisam se conscientizar de que estamos passando por mudanças no clima. A água tratada deve ser priorizada para higiene e alimentação. Gastos supérfluos, usos indevidos e desperdício devem ser evitados ao máximo”, afirma.

A Gerência de Hidrogeologia da Diretoria de Investimentos da Sanepar é a área responsável pelo atendimento a essas novas demandas de perfuração de poços. Desde a locação, projeto, gestão de contrato de obra e análise final das condições de exploração, incluindo a qualidade da água. Além disso, a área é responsável pelo monitoramento dos 1,2 mil poços em operação na Sanepar e pela contratação e gestão de manutenção dessas captações subterrâneas.

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