A Penitenciária Estadual de Londrina I vai produzir 4 mil “face shields” (também conhecidos por escudos faciais ou máscaras de acetato) para o Hospital Universitário (HU) e outras unidades de saúde do município.
Mais da metade da produção, cerca de 2,5 mil itens, já foi finalizada; destes, 2 mil já foram enviadas ao HU. Com 15 presos implantados neste setor de trabalho, a média de produção é de 150 protetores faciais por dia e 250 máscaras descartáveis.
“Com o apoio do Instituto de desenvolvimento de Londrina (Codel), de professores, alunos e voluntários, finalizamos a produção dos protetores faciais para o HU. Além disso, em conversa com o diretor-financeiro da Santa Casa de Londrina, ficou acordado que também vamos ajudá-los, produzindo máscaras”, afirmou o diretor da Penitenciária, André Fabiano Dea.
Os escudos faciais são montados por etapas. De início, é feita a impressão do suporte de cabeça e recortada a lâmina em acetato, ambos em impressora 3D. Estes primeiros processos ficam a cargo do Hospital, que conta com a ajuda de alunos, professores e voluntários. Depois, os materiais são enviados à unidade, que fica com a parte da mão de obra. “Os detentos costuram o elástico e instalam o acetato às peças”, explicou André.
Uma vez finalizada a primeira encomenda do HU, a produção agora está focada em máscaras descartáveis, porém em um formato diferente da que já estava sendo fabricada na unidade. “Ela foi desenvolvida dentro da Universidade Estadual de Londrina e visa substituir as usadas atualmente nos hospitais”, disse André. O novo modelo foi criado a partir do trabalho integrado dos setores de design e enfermagem da UEL.
A ideia da produção deste novo padrão, segundo a docente do departamento de Enfermagem da UEL, Danielly Negrão Guassu Nogueira, é tornar o produto mais barato e suprir a falta no mercado. “Além disso, este modelo que criamos dá maior vedação e proteção aos profissionais da saúde”, afirmou.
De acordo com a docente, o tecido já era utilizado em embalagens estéreis, mas não no uso de máscaras. Ainda de acordo com ela, o material é seguro para isso por conta da característica de barreira microbiológica e viral que possui.
“Diante do desabastecimento de máscaras do mercado, fomos desafiados a buscar uma solução de baixo custo, com uma pronta resposta, para que pudesse suprir a demanda do HU, a qual é de 3 mil máscaras por dia”, afirmou Danielly, que é uma das responsáveis pelo projeto juntamente com a professora do Departamento de Design, Thassiana Miotto.
Na parceria, o Hospital Universitário cede o tecido, uma empresa de Cambé fica responsável pelo corte no formato correto e, em seguida, os presos fazem as costuras finais e das faixas de amarração.
No momento, há 15 presos trabalhando na confecção das face shields, mas a ideia da unidade é ampliar para 20. Para os detentos, a vantagem é que a cada três dias trabalhados, eles recebem o benefício de remir um dia de pena.
“Este é um trabalho que, somado à produção de máscaras descartáveis, está totalmente voltado à ajudar a sociedade como um todo. É uma forma de os presos poderem contribuir no combate à esta pandemia”, afirmou o vice-diretor da Penitenciária, Matheus Casagrande.