Penitenciária de
Cascavel ganha
horta orgânica

O objetivo Volta ao Campo é prover uma alimentação ainda com mais qualidade aos detentos e, também, aos servidores do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) lotados na unidade, além da ressocialização, da remição de pena e da profissionalização dos detentos.
Publicação
02/03/2020 - 09:50

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A Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) implementou um novo setor de trabalho para os presos: uma horta orgânica. O objetivo do projeto, denominado Volta ao Campo, é prover uma alimentação ainda com mais qualidade aos detentos e, também, aos servidores do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) lotados na unidade, além da ressocialização, da remição de pena e da profissionalização dos detentos

“O mais importante neste trabalho todo é a transformação do apenado, principalmente aqueles oriundos do campo, que têm a oportunidade de participar de uma capacitação digna, que vai ao encontro ao que ele sabe e gosta de fazer. Como instituição de execução penal, acreditamos que somente com educação e trabalho é que a gente muda a realidade da prisão”, ressaltou o diretor-geral do Depen, Francisco Alberto Caricati.

A horta, que tem área inicial de 154 metros quadrados, é composta por 12 canteiros de plantio, com produção de verduras (como alface, agrião e rúcula) para consumo direto. Segundo os idealizadores, a expectativa é que sejam colhidos aproximadamente 5 mil maços por mês. Dez presos passaram por cursos intensivo para que essa expectativa seja cumprida.

Durante uma capacitação de quatro dias eles tiveram 20 horas de aulas teóricas e práticas sobre o funcionamento de uma horta, ministradas pelo educador ambiental do Conselho da Comunidade do município, Fabrício Nunes Cavalheiro. O órgão é parceiro do Depen no projeto.

“A capacitação teve o objetivo de dar a base inicial aos detentos e os primeiros conceitos de hortas, repassando conteúdos que trabalharam desde a análise do terreno, questões como luminosidade, qualidade da água, irrigação, doenças que podem acometer a plantação e como sanar esses problemas, assim como, fertilidade do solo e as técnicas de plantio”, explicou Fabrício.

De acordo com o educador ambiental, para que o resultado do trabalho seja produtivo, por conta das dificuldades de se produzir em uma horta orgânica, os presos implantados no setor recebem acompanhamento profissional a cada 15 dias. A produção excedente da horta será disponibilizada aos grupos e projetos atendidos pelo Conselho da Comunidade. Escolas municipais, centros de educação infantil e colégios estaduais estão entre os possíveis beneficiados, de acordo com disponibilidade das verduras.

Uma vez consolidado o projeto todo, outros dez custodiados na PEC devem se dedicar à horta, gradativamente. A ideia da direção da unidade é de que sejam formados dois grupos de trabalho, que se revezem nos períodos da manhã e da tarde e, assim, possam intercalar atividades da horta e de estudo.

“O projeto Volta ao Campo visa aliar os cuidados socioambientais às mais modernas técnicas de campo, horta e plantio, de modo que gere a produção de alimentos saudáveis, aprendizado e trabalho aos presos da unidade”, afirmou o diretor da PEC, Sebastião Monteiro.

De acordo com o diretor-geral do Depen, a oferta de mecanismos para a reinserção social e profissional dos detentos é constante nas penitenciárias de todo o Estado. “A modernização do sistema penitenciário do Paraná envolve uma série de fatores, um deles é fazer com que todos os presos do Estado estudem ou trabalhem. As nossas unidades prisionais têm se dedicado muito para que isso ocorra”, destacou.

“Com o projeto, o Conselho da Comunidade de Cascavel, em parceria com a PEC, pretende a reinserção profissional do preso por meio da educação ambiental, e ainda busca a melhoria da qualidade de vida e a profissionalização do detento para o futuro ingresso no mercado de trabalho”, completou o presidente do Conselho da Comunidade de Cascavel, Jair Dutra de Oliveira.

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