A Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro – Unidade de Progressão (PIMP-UP) de Cascavel, no Oeste, formalizou nesta segunda-feira (27) a conclusão do curso de qualificação e formação de maqueiros hospitalares, capacitando 20 pessoas privadas de liberdade (PPLs).
Os profissionais são responsáveis por conduzir os pacientes para os leitos ou centro cirúrgico e também para realização de exames e transferências. Além disso, eles conferem e transportam exames, materiais e equipamentos solicitados.
O curso, que ocorre por meio de parcerias com o Conselho da Comunidade de Cascavel, é ofertado desde 2022 e, de lá pra cá, já formou 40 profissionais da Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro.
Segundo o coordenador regional de Cascavel, Thiago Correia, a capacitação das pessoas privadas de liberdade é um dos caminhos para o reingresso à sociedade. “Possibilitar a profissionalização de um preso é importante não só para formar mais um profissional em uma área crescente, principalmente pós-pandemia, com a abertura de vários leitos hospitalares, mas também como forma de ensinar uma profissão para essas pessoas que até então não faziam nem ideia da existência deste importante profissional. A educação é o caminho para o reingresso na sociedade”, disse.
A formação é dividida em aulas teóricas e práticas, totalizando 20 horas, sendo cinco encontros de quatro horas cada, durante a semana. Entre as disciplinas estão o contexto histórico da profissão, saúde e segurança no trabalho, ergonomia, técnicas de primeiros socorros, controle avançado de hemorragias em unidades hospitalares, transporte de pacientes politraumatizados, protocolo de atendimentos, entre outras.
De acordo com o instrutor técnico do curso, Fabrício Nunes Cavalheiro, a formação atende uma demanda não só de hospitais, mas também de profissionais que irão atuar na área esportiva, em campos de futebol, estádios ou outros eventos.
“Eles recebem uma certificação assinada por um instrutor técnico responsável e ficam aptos para o mercado de trabalho. Além disso, quando terminarem o cumprimento da condenação, o próprio Conselho da Comunidade já encaminha o profissional formado para empresas conveniadas e que contratam a mão de obra”, explicou.
Todo curso feito dentro das unidades prisionais com certificação automaticamente possui o benefício da remição de pena. A cada 12 horas de estudo, reduz um dia da pena.
FORMAÇÃO – O maqueiro hospitalar ganha em média R$ 1.300,00 para uma jornada de 40 horas semanais. O capacitado será direcionado pelo Conselho da Comunidade, após o cumprimento da condenação, para empresas conveniadas.