Lauro José Kosmenk é um grande conhecedor de Goioxim, cidade de pouco mais de 7 mil habitantes no Centro-Sul do Paraná. Se deixar, ele passa horas contando causos e histórias do município. Brinca, ri, mas também fala muito sério. Principalmente quando o assunto é a comunidade dos Cochos.
O agricultor, especialista no cultivo do milho e do feijão, é um dos tantos moradores do local impactos pela obra de pavimentação que está mudando a cara da principal via rural da região. Saem os cascalhos misturados com terra batida e entram as pedras irregulares na estrada responsável por levar a produção até o Centro de Goioxim e de lá alcançar outros ramais logísticos que ligam o Paraná. “É uma outra vida. Já melhorou muito”, destacou Kosmenk, que mora desde que nasceu, há 61 anos, na região.
A intervenção tem quatro quilômetros e será complementada com mais dois quilômetros em outra importante comunidade do município: a São Pedro. No total, o investimento por parte da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento é de R$ 1.533.401,61, com contrapartida municipal de R$ 80.705,35. A previsão é que as obras sejam concluídas no primeiro semestre de 2021.
“O Governo do Estado tem um olhar muito atento aos pequenos municípios. Trabalhamos para ampliar a infraestrutura das cidades, beneficiando uma infinidade de pequenos agricultores que dependem dessas estradas para trabalhar, escoar a produção e cuidar da família”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “É o tipo de obra que tem um impacto direto na geração de emprego e renda em pontos diferentes do Estado”, acrescentou.
SÃO PEDRO – Um pouco mais afastado dali, na comunidade São Pedro, a pavimentação poliédrica faz o agricultor Francisco Carlos Ferreira da Silva, 57 anos, escancarar um sorriso no rosto. Ainda que de forma tímida, ele enumera as vantagens da intervenção que vai passar em frente a sua propriedade.
“Fica fácil de sair, levar o produto até o comércio, acaba a poeira, os atoleiros nos tempos de chuva e facilita o transporte das crianças para a escola. É algo muito importante para quem é daqui”, revelou ele, que divide a terra entre plantações de feijão, milho e alguns outros itens que ajudam na subsistência da família.
INVESTIMENTO – A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento reservou R$ 46 milhões para investimento em modernizações de estradas rurais. São atualmente 59 convênios para pavimentação ou readequação dessas vias em todas as regiões do Estado. Já foram contemplados 48 municípios dentro dessa estratégia de melhorar o escoamento da produção rural e o cotidiano das famílias que vivem no campo, totalizando cerca de 185 quilômetros.
As iniciativas fazem parte do Programa Estradas Rurais Integradas aos Princípios e Sistemas Conservacionistas – Estradas da Integração, gerenciado pelo Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável (Deagro).
Esse programa deve ser ampliado com o financiamento de R$ 1,6 bilhão que o Governo do Estado captou junto ao Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A operação já foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o contrato deve ser assinado pelo governador Ratinho Junior nos próximos dias. Pelas projeções, cerca de R$ 100 milhões serão destinados a obras de reestruturação nas vias do campo.
HUB LOGÍSTICO – “O Paraná tem como estratégica apostar nas suas vocações, e o agronegócio é responsável por cerca de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Essas intervenções na malha rural preparam o Paraná para crescer e atrair novos parceiros para investimentos, dentro da nossa estratégia de ser um grande hub logístico da América do Sul”, ressaltou o governador.
Estão em obras, por exemplo, as pavimentações poliédricas da comunidade Patos Velhos, em Prudentópolis, além de Chopinzinho, Ivaiporã, Porto Barreiro e Virmond. São áreas essencialmente agrícolas e que vão conseguir melhorar consideravelmente a logística da produção nos próximos anos.
“Temos ainda uma grande malha rodoviária, geralmente municipal, não pavimentada. Vias que diariamente têm grande circulação de insumos, sementes, fertilizantes, calcário, ração. E uma estrada ruim significa custo maior para a agricultura. A pavimentação permite comodidade, melhores preços e uma competitividade maior”, explicou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.