O movimento no Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá passou nesta semana de 3 mil caminhões por dia. O volume é quase 67% maior que a média registrada normalmente, de até 2 mil veículos/dia, e resultado da boa fase do agronegócio brasileiro, principalmente no comércio de soja e milho.
Segundo o diretor-presidente da empresa Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, os preços dos grãos e do farelo têm animado os produtores. “Além disso, o avanço das colheitas e o clima estão favoráveis para o escoamento da produção. Tudo isso reflete diretamente no movimento sentido no porto e é preciso ter uma boa estrutura para receber toda essa carga”, disse.
A empresa pública tem uma preocupação constante com as condições de tráfego e ordenamento da descarga. Apenas na terça-feira (18), das 0h às 23h59, o fluxo de caminhões que entrou e saiu do pátio de triagem chegou a 3.955 veículos.
De acordo com o responsável pelo espaço, Marco Antônio Jorge Hauly, o porto faz um trabalho logístico para que esse movimento seja controlado, sem fila e com segurança. “A quantidade de caminhões está acima do normal, mas estamos dando todas as condições para recolher e encaminhar com tranquilidade todos os veículos. O giro está fluindo bem e para os próximos dias esperamos movimento ainda maior”, adianta.
CAMINHÕES – Desde 1º de junho até as 11h desta quarta-feira (19), o movimento no Pátio de Triagem somou 49.414 caminhões. Foram 24.917 registros de entrada e 24.497 de saída, para descarga nos terminais. O movimento médio diário foi de 2,6 mil veículos.
Em média, os caminhões permanecem no local por dez horas, do momento que entram até a saída para descarregar nos terminais. Segundo Hauly, a Diretoria de Operações da Portos do Paraná segue alinhada à gestão da descarga nos terminais para garantir a produtividade, ou seja, que as cotas de caminhões que descarregam os grãos sejam cumpridas. Isso é feito através do sistema Carga Online, que garante que não haja filas.
O PÁTIO - O Pátio de Triagem é o local onde os caminhoneiros chegam e aguardam para descarregar nos terminais do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá. Os veículos são todos cadastrados na origem da carga pelos próprios operadores portuários. Cada operador tem uma cota de cadastro que é liberada de acordo com a capacidade de cada terminal para descarregar os grãos que chegam.
Um dos motoristas que passou pelo Pátio de Triagem esta semana e aguardou para descarregar no Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá foi Ari Kerkhoff, de 55 anos.
Morador de Bom Jesus do Oeste, Santa Catarina, ele veio da cidade vizinha à dele, Chapecó, com o caminhão carregado de soja. Só este ano, já passou pelo Pátio de Triagem de Paranaguá mais de dez vezes. Funcionário aposentado da prefeitura da cidade catarinense, há pouco mais de um ano e meio ele resolveu voltar para estrada.
“Essa época agora está bastante agitado por causa das colheitas. O movimento é bom para gente que precisa trabalhar”, afirma o motorista que descarrega o grão em Paranaguá e, antes de voltar para Santa Catarina, leva de Curitiba uma carga de calcário de retorno, também para aplicação na lavoura.
Com ele, pela mesma transportadora, outros cinco caminhões aguardavam no Pátio de Triagem.