O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou nesta terça-feira (15) os certificados de credenciamento provisório para 18 parques tecnológicos do Paraná. O intuito é de criar ecossistemas mais unificados e sofisticados para empresas, incubadoras e instituições de pesquisa compartilharem conhecimento, equipamentos e recursos. A partir desse credenciamento, eles também poderão acessar recursos estaduais.
A comissão de credenciamento, instituída para avaliar as iniciativas, realizou visitas a todos os parques em julho com o objetivo de identificar o potencial das iniciativas de se tornarem centros tecnológicos, de forma a valorizar e fortalecer o ecossistema de inovação do Paraná. Agora, o Estado passa a concentrar, de maneira organizada, metade dos parques tecnológicos do Sul – 18 de 37.
O governador afirmou que a administração estadual precisa unir a produção científica das universidades (estaduais e privadas), as estruturas municipais e o setor privado em prol de uma agenda que gere soluções mais eficientes e inovadoras para as diversas áreas, na educação, saúde, turismo e agronegócio.
“O Paraná passar a ter um ecossistema de novas tecnologias. Já temos cidades polo como Curitiba, Pato Branco, Londrina e Guarapuava apostando nessa iniciativa. Outras cidades têm atraído jovens e empresas. O Paraná precisa estar antenado ao que o mundo vem fazendo”, explicou Ratinho Junior.
A Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) atua no monitoramento e orientação sobre financiamento, formas de gestão e áreas estratégicas de desenvolvimento desses parques tecnológicos, e o credenciamento foi realizado pelo Sistema Estadual de Parques Tecnológicos do Paraná (SEPARTEC), órgão que congrega 40 entidades representativas sob a coordenação conjunta da Seti e da Secretaria da Fazenda. O certificado de credenciamento provisório tem um prazo de validade de dois anos.
O superintendente Aldo Bona explicou que o objetivo foi de inventariar os parques tecnológicos para ajudar a acelerar os seus estágios de desenvolvimento. “Para o Estado, esse esforço de criar um parque é reconhecido. Cada uma das 18 iniciativas receberá um manual de orientações dos próximos passos. Em que estágio se encontram e o que se espera para se ter um parque ainda mais tecnológico. Queremos a conexão efetiva entre conhecimento e oportunidade de negócios para gerar conhecimento”, afirmou.
Os parques tecnológicos são públicos e privados e ficam localizados em cidades onde existem universidades públicas e instituições privadas. “As sete universidades estaduais são fundamentais nesse processo porque o que caracteriza a sua existência é a produção do conhecimento”, complementou Bona. Segundo ele, os parques também poderão acessar o sistema paranaense de financiamento (BRDE e Fomento Paraná) ou receber investimentos por concorrências de editais.
NA PRÁTICA - José Maurino de Oliveira Martins, secretário-executivo do SEPARTEC, disse que o intuito é estruturar políticas públicas para os parques tecnológicos. “Um parque é a aproximação da pesquisa aplicada, setor produtivo com demanda e o Governo com seus instrumentos. Quando se une esses três atores, há um ecossistema minimamente organizado. O Paraná hoje tem uma das maiores capilaridades acadêmicas, então precisa ser um ativo de desenvolvimento regional. Esse ecossistema capacita melhor as pessoas e oferece soluções mais práticas para as empresas”, afirmou.
“Vamos criar sinergias, trazer mais forças para os parques tecnológicos. Só o Parque de Software de Curitiba já teve mais de três mil funcionários. É um gerador de emprego com qualidade, bons salários”, complementou Martins. “Precisamos mostrar a quantidade e qualidade dos pesquisadores paranaenses e favorecer o mercado”.
Jorge Calado, diretor-presidente do Tecpar Saúde, um dos parques credenciados, disse que o reconhecimento a quem empreende nos parques tecnológicos, com bases científicas adequadas, pressupõe desenvolvimento econômico e social. “Geram inclusão social, sustentabilidade e empregos de alta performance. O Tecpar tem uma estrutura em Curitiba, Maringá e Araucária. Temos uma vertente importante na área da saúde com a produção de vacinas, medicamentos e antígenos e também vamos focar em energias renováveis e agrotecnologia”, emendou.
TECNOLOGIA - A tecnologia utilizada para o desenvolvimento do sistema de credenciamento foi resultado de uma parceria inédita entre a SIG COMBIBLOC e o Sebrae, que viabilizou financeiramente a cobertura dos custos diretos para a elaboração e implantação do sistema. Foram desenvolvidas ferramentas como o manual de boas práticas, o instrumento de credenciamento e o modelo de credenciamento e avaliação. Entre as 18 iniciativas, 6 já estão em operação, 2 em fase de reestruturação e 10 na etapa de planejamento e implantação.
PARQUES TECNOLÓGICOS – Foram credenciados o Parque de Software (Curitiba); Tecnoparque da PUC-PR (Curitiba); Vale do Pinhão/Curitiba Tecnoparque (Curitiba); Parque Tecnológico da Saúde Tecpar (Curitiba); Fundetec (Cascavel); Parque Tecnológico de Cornélio Procópio; Parque Tecnológico de Itaipu (Foz do Iguaçu); Cidade dos Lagos (Guarapuava); Parque Tecnológico do Norte Pioneiro (Jacarezinho); Parque Tecnológico de Londrina; Parque Tecnológico de Maringá; Parque Cientifico e Tecnológico de Medianeira; Parque Tecnológico de Agroinovação (Paranavaí); Parque Tecnológico de Pato Branco; Parque Tecnológico de Ponta Grossa; Biopark (Toledo); Parque Tecnológico de Umuarama; e o Parque Tecnológico Virtual do Paraná.