Um parque urbano tem capacidade de transformar uma cidade. É o que está acontecendo em Andirá, no Norte Pioneiro. O antigo fundo de vale abandonado, repleto de sujeira, entulhos e bichos urbanos, vai dar lugar a uma imensa área verde, com foco na preservação ambiental, além de poder oferecer estrutura para lazer, diversão e práticas esportivas.
O equipamento integra o Programa Estadual Parques Urbanos, do Governo do Estado, e tem previsão de ficar pronto no primeiro semestre de 2021. O espaço terá pista para caminhada, ciclovia, equipamentos esportivos, rampas de acessibilidade, calçada, sinalização e iluminação. O investimento é de R$ 500 mil.
“A preocupação do governo está em recuperar áreas degradadas, aliando desenvolvimento e sustentabilidade”, disse o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Pensamos nestes parques também como um polo agregador para a população, um local de encontro para passear, se divertir e curtir as belezas naturais que o Paraná oferece”, afirma.
O governador destaca que o projeto, lançado no ano passado e com coordenação da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, vai aplicar R$ 48,35 milhões na construção desses espaços em 46 municípios do Paraná. Trinta e seis obras, como a de Andirá, já estão em andamento.
“A intenção é espalhar uma adequação ambiental correta, essa preocupação em cuidar bem do meio ambiente. São ações como essa que fazem do Paraná um dos estados que mais recupera áreas nativas do Brasil”, ressalta o governador.
ELOGIOS – A cabeleireira Cristina Aparecida da Silva está encantada com o novo quintal de casa. Ela mora a uma quadra do parque e já faz planos para quando a estrutura for entregue definitivamente à população. “Vai ficar ótimo. Teremos pista para caminhada e um lugar adequado para levar as crianças para brincar. Tudo asfaltado, novinho”, diz.
Segundo ela, a mudança na infraestrutura do bairro é significativa. “Não teremos mais mato, cheiro de esgoto, sapos e escorpiões passando. Agora é só a população se conscientizar e ajudar a conservar”, destaca. “Sem contar que a casa de todo mundo aqui vai ficar mais valorizada”.
Algumas casas acima quem celebra a conquista de Andirá é a auxiliar de cozinha Rosineide Maria de Souza. Entusiasmada com a chegada do vizinho, ela pensa em voltar à profissão de origem. Cogita abrir uma lanchonete no local para aproveitar o fluxo de visitantes que tende a crescer com a inauguração do complexo e, assim, movimentar a economia regional.
“Isso aqui estava abandonado, por isso digo que já melhorou 99%. Há mais de 12 anos que falavam em fazer o parque e nunca aconteceu. Agora sim está saindo do papel. Quero futuramente ter uma lanchonete aqui para atender o pessoal”, diz Rosineide, convicta do bem que o parque vai fazer para a comunidade.
PROGRAMA – Secretário do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Márcio Nunes explica que o Programa Estadual Parques Urbanos pretende incentivar a criação de parques em regiões de fundo de vale ou áreas com ações erosivas. Uma das características comuns às áreas de Fundo de Vale é a presença de recursos hídricos, o que aponta para a existência de Áreas de Preservação Permanente Ecológica (APP).
“É o maior programa de parques urbanos do Brasil, buscando a conservação dos fundos de vales e a preservação do solo, da água e das florestas. Além disso, essas estruturas acabam por se tornar um ponto turístico para os pequenos municípios”, afirma o secretário.
Para a criação de um Parque Urbano, os municípios devem identificar as áreas com características de fundo de vale ou com ações erosivas, e apresentar um pré-projeto ao Setor de Projetos Especiais do Instituto Água e Terra.
Após aprovação do projeto, é firmado um convênio em que o Instituto Água e Terra faz os repasses financeiros conforme a progressão da obra. É necessário que o município tenha, além da aprovação do projeto e do convênio firmado, a Licença Ambiental e a Outorga ou dispensa de outorga emitidas também pelo Instituto Água e Terra.
“Vamos educar ambientalmente a população, mostrando que aqui no Paraná é possível crescer e se desenvolver sem a necessidade de agredir o meio ambiente”, ressalta Nunes.