Parque leva lazer e preservação ambiental a Cruzeiro do Iguaçu

Parque que mudou a cara do Distrito Foz do Chopim ocupa um antigo campo de futebol em uma área de banhado. Projeto é importante para a drenagem das águas das chuvas. Obras já passam de 90%.
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15/10/2020 - 09:30

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Cruzeiro do Iguaçu, no Sudoeste, é um dos municípios contemplados pelo programa de parques urbanos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. As obras no Distrito Foz do Chopim já passam de 90% e envolvem investimento de R$ 531.497,14. Elas darão novo respiro urbano para essa região e ajudarão no sistema de drenagem das águas pluviais.

O projeto prevê pista de caminhada em concreto, iluminação em LED, um lago, parque infantil, academia ao ar livre, área de passeio e uma ponte de madeira, além de uma quadra esportiva com grama sintética. Ele ocupa um antigo campo de futebol em uma área de banhado. O desenho é basicamente o mesmo de outro parque na cidade, inaugurado no Natal do ano passado.

“Esse programa de parques urbanos está revolucionando a drenagem urbana de pequenos municípios paranaenses. O projeto de Cruzeiro do Iguaçu tem esse conceito. Era uma região pouco utilizada, baixa, e que precisava desses recursos”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

O projeto também contempla arborização para criação de sombras, lixeiras e um pergolado com bancos de repouso. Ele foi concebido dentro de um conceito de desenvolvimento sustentável da região e é uma alternativa para rivalizar, em lazer, com a praia de água doce de Foz do Chopim.

“Era um local meio abandonado porque o que cresce na região está muito ligado ao Rio Iguaçu. Era um campo de futebol e antigamente era uma madeireira, um local alagadiço”, afirma Francisco Trevisan, engenheiro da prefeitura de Cruzeiro do Iguaçu. “O projeto anterior era fazer casas nesse local, mas o espaço precisava de um tratamento de drenagem adequado. Essa solução nos ajudou a resolver diversos impasses”.

Agenor Ariati, 56, morador da frente do novo parque, comemora a iniciativa desse convênio entre o município e o Estado. “Era um campo de futebol e agora é uma alternativa de lazer. Ficamos muito contentes porque o campinho vai se manter, e será ainda melhor. As crianças também estão na expectativa do parquinho. É um reforço para a nossa comunidade”, destaca.

Jorge Pinheiro, 60, afirma que o antigo campo de futebol estava abandonado, acumulando poças em dias de muita chuva. “Essa iniciativa valoriza mais o Distrito, as nossas casas. Estamos contentes. Era uma demanda antiga da comunidade”, ressalta.

FOZ DO CHOPIM – Cruzeiro do Iguaçu tem um privilégio geográfico que muitos municípios paranaenses gostariam de ter: a vizinhança com os rios Iguaçu e Chopim. Outra benesse é a existência da prainha de água doce e tranquila justamente no Distrito Foz do Chopim, onde as águas também são responsáveis pelo funcionamento da Usina Hidrelétrica Foz do Chopim.

O Distrito de Foz do Chopim tem uma história curiosa, moldada a partir da vila dos trabalhadores da usina hidrelétrica. Ele conta com aproximadamente 400 famílias e é como se fosse uma ilha (literalmente) entre o Rio Chopim e o Rio Iguaçu, sendo a porta de entrada para quem chega ao município de balsa, na divisa com Quedas do Iguaçu.

Foz do Chopim tem igreja, pavilhão de festas, ginásio de esportes, campo de futebol, escola e posto de saúde, além de uma malharia. A prainha, criada a partir do término da barragem da Usina de Salto Caxias, da Copel, em 1998, é uma área de lazer que dispõe de lanchonetes, banheiros, churrasqueiras, campo de futebol e vôlei de areia. É a principal atração do município de pouco mais de 4 mil habitantes.

PAVIMENTAÇÃO – O município também tem um convênio de R$ 3,2 milhões com a Secretaria do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas para reurbanização das duas principais avenidas – a 26 de abril e a 13 de maio. Elas terão galerias pluviais, meio-fio, novo pavimento, iluminação de LED e serão alargadas. São 2,5 quilômetros de modernização, planejada para começar depois das eleições municipais.

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Programa de Parques Urbanos dá nova cara aos municípios do Paraná

Os 46 parques urbanos que estão em construção no Paraná reúnem investimento de R$ 46.829.371,46 da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. A iniciativa, inédita no Estado, incentiva a criação de parques em regiões de fundo de vale ou áreas com ações erosivas. Uma das características comuns é proteção de Áreas de Preservação Permanente Ecológica (APP).

“São obras de um programa multifuncional. Esses parques urbanos são novos pontos turísticos, lugares de lazer para as famílias paranaenses, mas, principalmente, são exemplos de preservação ambiental. Estamos cuidando da erosão, da sustentabilidade das cidades. Nenhum outro ente da federação tem programa com esse alcance”, afirma Márcio Nunes, secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.

“Temos uma preocupação muito grande com fundos de vale em áreas urbanas. Elas geram ocupações e desmatamentos irregulares. Revitalizar e dar dinâmica de uso a essas áreas é um dos objetivos do IAT. A drenagem urbana precisa funcionar e os parques funcionam para dar fluxo dinâmico para as águas”, complementa o presidente do IAT, Everton Luiz da Costa.

Para a criação de um parque urbano, os municípios devem identificar as áreas com características de fundo de vale ou com ações erosivas e apresentar um pré-projeto ao IAT. Após a aprovação do projeto é firmado um convênio para o repasse financeiro. É necessário que o município obtenha a licença ambiental e a outorga ou dispensa de outorga, emitidas pelo mesmo órgão.

“Essa iniciativa faz com que a população ocupe esse espaço para prática esportiva, para caminhadas, para cuidados com a saúde. A gente nota no Interior o pessoal caminhando em rodovias, em lugares perigosos, na beira da estrada. São muitos ganhos em apenas uma intervenção”, resume Costa.

Para ajudar os municípios, o IAT chegou a fazer um documento com orientações técnicas sobre a construção dos parques. Em linhas gerais, o manual ajuda as gestões a encontrarem, de maneira criteriosa, os espaços degradados que precisam dessa intervenção, além de auxiliar no desenho do projeto.

“A implantação de parques urbanos ao longo das áreas de fundo de vale surge como uma alternativa de minimização dos impactos negativos da expansão urbana e controle de cheias, transformando o espaço antes mal utilizado em equipamento público de lazer e a manutenção dos recursos hídricos presentes”, arremata Tatiana Nasser, arquiteta e urbanista do IAT. “Estamos transformando a realidade dos municípios”.

CIDADES – Além de Cruzeiro do Iguaçu, foram contempladas com parques Sapopema, Juranda, Alto Paraíso, Andirá, Araruna, Boa Vista de São Roque, Brasilândia do Sul, Campo Mourão, Guaíra, Formosa do Oeste, Jardim Olinda, Jussara, Kaloré, Laranjal, Mangueirinha, Maria Helena, Marilena, Maringá, Marumbi, Nova Olímpia, Perobal, Primeiro de Maio, Santa Isabel do Ivaí, Santa Mônica, São João, São Tomé, Tapejara, Umuarama, São João do Ivaí, Moreira Sales, Ventania, Cidade Gaúcha, Corumbataí do Sul, Itaguajé, Pitanga, Janiópolis, Campina da Lagoa, Diamante do Norte, Nova Londrina, Terra Rica, Rondon, Altônia, Cruzeiro do Oeste, Ampere e Quatro Barras.

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